Ato pede mais atenção da União às creches

Devido ao frio, o movimento denominado de "fraldas-pintadas" não pôde contar com a presença dos bebês, ontem em Curitiba, para reivindicar mais atenção do governo federal a falta de creches em todo o País. A manifestação ficou apenas a cargo dos adultos. Segundo o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), um dos organizadores do evento, a idéia é sensibilizar o Congresso Nacional para incluir as creches no Projeto de Emenda Constitucional (PEC) do Fundo de Desenvolvimento para a Educação Básica (Fundeb). Dos 3 milhões de crianças com até 3 anos de idade do País, apenas 11,7% têm acesso ao atendimento. Em Curitiba, a fila de espera chega a 35 mil.

O frio durante toda a semana fez com que as mães desistissem de levar seus bebês para participarem da manifestação, como a que ocorreu no final de agosto, em Brasília, em que a Câmara dos Deputados ficou parecida com um berçário. O trabalho acabou ficando apenas por conta dos adultos, que distribuíram à população uma carta aberta explicando o motivo do pedido de inclusão das creches no Fundeb. Além disso, recolheram assinaturas para um abaixo-assinado que será entregue ao Congresso Nacional.

Segundo Veneri, o problema da falta de creches atinge principalmente as famílias de baixa renda. "As mães param de trabalhar ou deixam as crianças com vizinhos e filhos mais velhos".

O Fundeb está em análise pelo Congresso Nacional desde junho. Ele vai substituir o atual Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Com a mudança, o governo federal passa também a destinar recursos para toda a educação básica, desde a educação infantil (pré-escola) até o ensino médio e a educação de jovens e adultos, diferente do que ocorria antes quando o orçamento incluía apenas o ensino fundamental (1.ª a 8.ª séries). No entanto, os manifestantes também querem a inclusão das creches que atendem crianças até os três anos de idade. "Não adianta o presidente da República ter um compromisso com as crianças do País, se ele não tem um compromisso com os bebês", disse o diretor-presidente da Fundação Abrinq, Rubens Alves, durante a manifestação no final do mês passado.

Mas as reivindicações não param por aí. Na carta aberta à população, está a exigência da criação de um piso nacional para todos os trabalhadores em educação e, que seja estabelecido o Custo Aluno Qualidade, a partir de estudos realizados por entidades de defesa da educação pública.

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