Ato em Brasília alerta para apagão na saúde

Profissionais da saúde de todas as regiões do país estiveram ontem em Brasília pedindo mais atenção para o setor. Eles chegaram a batizar a manifestação de ?Ato para evitar o apagão da saúde?. Os cerca de três mil manifestantes se concentraram às 17h em frente ao Congresso Nacional, onde acenderam velas pela saúde no Brasil, e seguiram até o Palácio do Planalto para audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre as principais reivindicações estão a regulamentação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 29 e o reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o vice-presidente da Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar), Renato Merolli, a situação da saúde no país está à beira de um apagão. As estatísticas mostram que a cada semana um hospital fecha as portas no Brasil. Só no Paraná, desde 1994, mais de 100 hospitais ou clínicas de grande porte deixaram de atender. Além disso, o estado tinha 45 mil leitos e agora são apenas 30 mil, sendo que oito mil não atendem pelo SUS.

Outro problema é a tabela do SUS, que está muito defasada. Nos últimos 13 anos, a inflação no país chegou a 418% e o transporte urbano subiu 626%, enquanto o reajuste na tabela foi de apenas 37%. Com isso, o ressarcimento por uma endoscopia, por exemplo, é de apenas R$ 14,00.

Para que o sistema não entre em colapso definitivo, eles querem que o governo tome medidas urgentes. Entre elas, a regulamentação da PEC 29, aprovada há 10 anos. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná, Gerson Zafalon Martins, explica que a PEC define o valor que cada esfera do executivo tem que investir diretamente na saúde. Estados e municípios, por exemplo, precisam destinar, respectivamente, 12% e 15% do orçamento anual. O problema é que hoje parte do montante é aplicado em outras áreas, como o saneamento, por também ser considerado saúde. Se a PEC entrar em vigor, Martins calcula que a saúde terá mais R$ 20 bilhões no orçamento do ano que vem.

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