Área na CIC é desocupada pela Guarda Municipal

Durou menos de três dias a ocupação irregular de uma área de 8 mil metros quadrados localizada na Vila Verde, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Durante a tarde de segunda-feira (2), um efetivo de mais de 80 policiais da Guarda Municipal esteve no local para retirar as cerca de 40 famílias que estavam utilizando o terreno como moradia desde a última sexta-feira (30). O lote faz parte de uma propriedade de mais de 286 mil metros quadrados, pertencente Agência Curitiba de Desenvolvimento S.A., órgão vinculado à Prefeitura Municipal de Curitiba.

As 21 viaturas da Guarda Municipal destacadas para a operação chegaram ao local por volta das 14 horas. Em meia hora, todas as famílias já tinham sido retiradas do terreno. “Não houve confronto por entendimento de ambas as partes, ainda mais porque demos a oportunidade para quem quisesse retirar suas coisas antes que o material fosse recolhido”, afirmou o inspetor Antonio Reginaldo Moreira da Silva. Não houve detenções. De acordo com a Prefeitura Municipal de Curitiba, a área será destinada à comercialização.

Os próprios ocupantes do terreno, entretanto, contestaram as informações da Guarda. “Realmente ninguém foi agredido, mas os policiais ameaçaram todo mundo, inclusive crianças. Ninguém teve oportunidade de tirar todas as coisas também, eles mal deixaram a gente retirar os pertences menores”, contou a dona de casa Adriana Silva. Muitas das famílias que participaram da ocupação prometeram retornar para o local após a saída das viaturas da Guarda.

Todos os ocupantes do terreno eram moradores da própria Vila Verde e decidiram ocupar o terreno ocioso devido à demora para serem contemplados pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), onde possuem cadastro, e às dificuldades no pagamento de aluguel. “A gente só quer moradia. Não tem outro jeito a não ser fazer isto aqui”, comenta o motorista Alessandro de Jesus. De acordo com eles, a área estava se tornando local de consumo de drogas e desmanche de carros.

Os ocupantes ainda relataram que contavam com o apoio de vizinhos do terreno, justamente pelos problemas que existem no local. “Isto aqui está abandonado. Nós precisamos de uma solução quanto à Cohab”, explica o porteiro Edson Luiz Godoy. Havia ainda famílias que participaram da ocupação como forma de protesto para que “a área seja ocupada de alguma forma, em benefício da população, não necessariamente para moradia”, como explicou a auxiliar de cozinha, Katiane Timóteo. Como o terreno será destinado à comercialização, não há qualquer projeto da Prefeitura para ele.

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