Qual será o seu legado?

Aproveite a Copa para incrementar o seu currículo

Restando quatro meses para o início da Copa do Mundo, ainda existem oportunidades esperando por quem quer aproveitar o Mundial para conseguir um emprego, aumentar a renda ou incrementar o currículo. Além das diversas áreas onde a oferta de vaga de trabalho aumentou, também tem muita gente apostando na qualificação para ampliar os horizontes profissionais com o evento.

A estimativa do governo federal é de que no país inteiro sejam criadas 700 mil oportunidades de trabalho. Desse total, 370 mil devem ser abertas antes da Copa e o restante durante a realização do torneio. Em uma pesquisa realizada no início do ano passado, pela Associação Comercial do Paraná (ACP), Federação de Indústrias do Paraná (Fiep) e Federação de Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), ouvindo cerca de 500 empresas, a estimativa para o Paraná era otimista. Conforme o levantamento, 65% das empresas pretendiam contratar em função da Copa.

A percepção foi constatada no ano passado, quando não se falava em riscos sobre a participação de Curitiba no Mundial. Mas de acordo com o coordenador geral da Copa no Paraná, Mario Celso Cunha, o otimismo continua. Ele prevê que o impacto da Copa será contabilizado em todo o Estado. “Um evento do porte da Copa cria uma cadeia que movimenta a produção diversas áreas. No interior do Paraná, temos muitas indústrias que tiveram crescimento de produção, pois a demanda de brindes, material para construção, roupas aumentaram”, afirma.

Segundo Cunha, o Mundial está contribuindo para incentivar nove cadeias de produção em todo o estado. “Estamos com a produção a toda na construção civil. Isso movimenta as indústrias, que passam a fabricar mais para atender à construção. Uma coisa puxa a outra e assim temos todos os setores crescendo: têxtil, agronegócio, turismo, madeireiras, tecnologia, siderúrgica, construção civil, varejo e serviços em geral”, conta.

Essa cadeia faz com que empresas especializadas em recrutamento, como Robert Half, do Rio de Janeiro, ofereçam vagas para Curitiba. Com a realização da Copa no país, a expectativa do ramo de megaeventos esportivos é de crescimento. Com esse aumento. muitas empresas procuram o serviço de recrutamento. “Para Curitiba abriremos aproximadamente 40 vagas. No ano passado, trabalhamos com mais de 400 profissionais da área de eventos em outro trabalho esportivo de grande porte e estamos muito otimistas para os próximos três anos”, diz o diretor da Robert Half, Sócrates Melo. De acordo com o diretor, um currículo reforçado faz a diferença.

Ampliando os horizontes

Gerson Klaina
Guia de turismo Ana Paula fez curso no Sesc e já colhe os frutos.

Em Curitiba são esperados cerca de 160 mil turistas estrangeiros e 600 mil brasileiros durante a realização da Copa. Com o pensamento no aumento dessa demanda por serviços, o Sesc disponibilizou um projeto em campo que oferece cursos focados para quem quer faturar com o Mundial. Apenas no Paraná, foram mais de 98 mil capacitações desde 2011.

Para 2014, o Ministério do Turismo ainda abriu mais 80 mil vagas para os 35 cursos gratuitos que visam atender as doze cidades-sedes. No Paraná, serão 18.500 vagas gratuitas, com inscrições abertas para 30 cursos através do Programa Senac de Gratuidade (PSG), que atende a pessoas com renda inferior a dois salários mínimos.

Já as vagas do Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) privilegiam estudantes da rede pública, titulares ou dependentes de programas de transferência de renda e profissionais que deram entrada no seguro-desemprego.

&ld,quo;Nossos cursos abrangem várias áreas, desde culinária até a maquiagem. O importante é que depois de fazer esse curso a pessoa não está apenas pronta para trabalhar, mas como abordamos noções de empreendedorismo, ela também pode abrir seu próprio negócio”, explica o assessor de relacionamento do Sesc, Solan Arantes Valente.

Quem buscou a oportunidade em aprimorar os conhecimentos não se arrepende. Com a agenda lotada até o fim da Copa, a guia de turismo Ana Paula literalmente ampliou seus horizontes após o curso que realizou. “Fiz uma extensão no Sesc, pois já havia feito um curso de turismo. Antes meu trabalho era mais regional, mas agora consegui fazer meu credenciamento nacional. Agora minha agenda sempre está cheia, até por que aumentaram os destinos para serem explorados”, comemora Ana.

Para ela, o curso ajudou a superar dificuldades inesperadas. “Muitas vezes achamos que tudo dará certo, mas são nessas situações práticas que participamos onde percebemos o quanto é preciso estar preparado para qualquer tipo de emergência. Além dessa parte, também estudamos mais a cultura e a história do Brasil e com certeza isso me abriu as portas para outros estados”, explica Ana. Segundo a guia, essa foi uma chance de se tornar autônoma e consolidar a carreira. Os interessados em realizar algum dos cursos disponíveis pela Sesc ou pelo Senac podem conferir as vagas no site da instituição ou pelo telefone 0800-643-6-346.

Hotéis se prepararam

Outro mercado que caminha otimista para a Copa são as redes hoteleiras. Do total de 18.500 leitos existentes na capital, 13 mil já estão reservadas apenas para receber o Mundial. Porém, essa alta foi ameaçada após o sorteio dos jogos que cada cidade sede irá receber. Após a confirmação de jogos de times de pouca expressão, excetuando a Espanha, a Fifa sinalizou o cancelamento de 3.250 leitos.

A única coisa que permanece confirmada para o cenário dos hotéis é que o público do Mundial será bem atendido. Para capacitação desse mercado foi criado o programa Bem Receber Copa, que apenas na capital paranaense já formou mais de 2 mil profissionais da rede hoteleira.

“No inicio, o governo federal ofereceu gratuitamente para funcionários de hotéis dois anos de cursos profissionalizantes. Eram diversas vertentes para que o funcionário recebesse um cartão comprovando sua qualificação”, explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (Abih-PR), Henrique Lenz César Filho.

Ele explica que no final de 2011 quem buscava a qualificação através desse programa passou a utilizar apenas o Pronatec. “Essa qualificação fica para o resto da vida do funcionário. Com certeza, para quem buscou realizar esse aperfeiçoamento oportunidades não irão faltar”, afirma.

Hora de falar outra língua

Para quem está em contato direto com o cliente, os cursos de uma segunda língua são sempre bem vindos. “Já tive problemas com turistas estrangeiros quando levei dois japoneses ao aeroporto. Na hora de cobrar os 30% de taxa de retorno deu confusão. Ele não entendia o que eu dizia e ficava apontando para o taxímetro e falava umas palavras em inglês”, conta o taxista Heins Schade. Até conseguir explicar motivo da cobrança o taxista misturou palavras em português e inglês com um pouco de mímica.

Após essa situação, Heins decidiu aproveitar uma oportunidade para fazer o curso disponibilizado gratuitamente para os taxistas pelo Serviço Social do Transporte (Sest) / Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), em parceria com o Sebrae. “Temos um curso disponibilizado gratuitamente para toda categoria chamado ‘Taxista nota 10’. Esse é um curso básico, com 50 lições para que o taxista consiga se virar em uma conversa rápida”, explica.

De acordo com Heins, alguns colegas até buscaram cursos mais completos. “Tem taxista que começou um curso de inglês integral. Aí o custo é por conta, mas é um investimento que sempre será útil para ele”, diz,.