Aprendendo a lidar com tristeza da morte

A morte de um ente querido pode levar muitas pessoas à depressão. O desespero pelo falecimento faz com que a pessoa mergulhe na própria dor e perca a capacidade de se reerguer. Para não deixar que a situação chegue neste ponto, é preciso o apoio dos amigos e familiares, além de tentar resgatar a força interior. O apoio é fundamental nesses momentos.  

A Igreja dos Capuchinhos, nas Mercês, realiza um trabalho ecumênico de terapia de grupo chamado Amigos Solidários na Dor e no Luto. Nessa atividade, aqueles que sofrem pela perda de uma pessoa próxima conversam com outras que estão na mesma situação. Com a troca de experiências, é possível aprender a lidar com a dor de uma maneira melhor.

A coordenadora do grupo, Marisa Cremer, conta que existem várias fases durante o luto: choque, negação, revolta, aceitação e crescimento. ?A pessoa tem que colocar tudo para fora, porque uma hora ela vai explodir, somatizar ou entrar em depressão. Por isso o apoio é tão importante?, salienta. Para ela, se a depressão for encarada como uma tristeza profunda, todas as pessoas que perderam conhecidos passam por este estado. ?A depressão faz parte do luto, mas não precisa necessariamente se instalar. Se isto acontece, é preciso um tratamento mais adequado?, comenta.

Durante o luto, a pessoa deve procurar a sua força interior, conta Marisa baseada em suas próprias experiências. Ela perdeu o filho há três anos em um acidente aéreo. Segundo ela, não há uma fórmula mágica, mas algumas atitudes podem ser tomadas para que a dor seja trabalhada da melhor forma. Entre as dicas estão cultivar lembranças boas; descobrir coisas boas depois da morte; resgatar a convivência com amigos; incorporar a morte na rotina; não imputar a razão do sofrimento na pessoa que morreu; e entender que Deus também não tem culpa pela morte.

Para quem está de fora, o melhor a fazer é escutar. ?Também vale a pena pegar a pessoa que está em luto e levá-la para um passeio, para fazer exercícios físicos, sem ter que necessariamente falar da morte. É essencial que se mantenha o contato, porque a solidariedade é indispensável para quem está sofrendo. Cada um tem o seu tempo para lidar com a dor, que não tem trajetória linear?, afirma Marisa. Para a coordenadora, a morte deveria ser trabalhada desde cedo, para que seja encarada como uma etapa da vida.

Serviço

As reuniões do grupo acontecem às terças-feiras, às 19h30, no salão paroquial. Mais informações pelo telefone (41) 3222-9869 ou pelo email marisacremer@terra.com.br. Se houver necessidade, os participantes do grupo são encaminhados a psicólogos que trabalham voluntariamente na igreja.

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