Curitiba e região

Após negociação no TRT, acaba a greve no transporte coletivo

O sistema de transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana volta a operar normalmente neste sábado. Após dois dias de paralisação, 100% da frota de ônibus deve circular com a equipe completa, ou seja, operada por cobradores e motoristas.

A decisão pelo fim da greve foi tomada após intensa negociação entre funcionários e empresários, mediados pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR). A audiência de ontem durou mais de cinco horas, três delas com debates a portas fechadas.

Além do retorno das atividades a partir da zero hora de hoje, foram debatidas questões referentes à melhoria nas condições de trabalho, especialmente dos cobradores que atuam nas estações tubo.

“Foi um grande avanço para os trabalhadores. Pela primeira tivemos na nossa convenção coletiva avanços nas questões ambientais, assédio moral e benefícios dos trabalhadores”, avaliou o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira.

Químicos

Em relação às condições nas estações tubo, especificamente, melhorias serão discutidas entre todas as entidades e o Ministério Público do Trabalho. A expectativa é que sejam instalados banheiros químicos e mantas térmicas. A longo prazo estão previstas mudanças na estrutura das estações, o que já está em estudo pelo município.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Mauricio Gulin, também se mostrou otimista com o acordo. “Vamos abrir mais diálogo com comissões que serão feitas. Temos um belo assunto durante o ano inteiro para que Curitiba volte a ter o melhor sistema de transporte coletivo não só do Brasil”, afirmou.

Direitos em colisão

O presidente do Sindimoc alegou que a iniciativa de parar não partiu dos motoristas. “Os motoristas não entraram em greve. Houve um impasse na liberação dos ônibus, mas a discussão já está sanada”, disse Teixeira. Já o Setransp divulgou ontem um vídeo em que os próprios trabalhadores barraram as saídas dos ônibus. A responsabilidade pela paralisação não ficou definida.

Para a desembargadora Ana Carolina Zaina, os trabalhadores têm assegurado o direito de greve e o que aconteceu ontem foi um impasse entre as categorias. “Os trabalhadores compareceram e os empregadores têm uma lei que determina que os ônibus saiam com tripulação completa, por isso o Judiciário tem que exercer o juízo de ponderação”, avaliou.