Só no dia 15

Ambulantes na RMC desrespeitam prazo de venda do pinhão

A colheita e venda do pinhão em todo o Paraná estão proibidas até o dia 15 pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Porém, os flagrantes de completo desrespeito ao prazo já são facilmente registrados seja no centro de Curitiba ou nos arredores da cidade, principalmente nas localidades que possuem muitos pinheiros, como a região Campo Magro. Os ambulantes abordados demonstram saber disso, tanto que já se adiantam em explicar que o pinhão não é do estado, mas a proibição do IAP deixa clara que a venda está vetada independentemente da origem do produto.

Como a fiscalização não dá conta de punir todo o comércio ilegal, quem deseja que o fruto seja preservado e o ciclo da pinha respeitado precisa fazer sua parte de uma forma bastante simples, não comprando o pinhão ofertado até o dia 15 e denunciando esse crime ambiental, cuja multa prevista é de R$ 300 para cada 60 quilos da semente apreendida.

Tanto os escritórios do IAP, quanto o batalhão da Polícia Ambiental, ou as secretaria municipais de Meio Ambiente podem receber as denúncia de colheita e venda ilegal do pinhão. Também é possível comunicar o IAP pelo site, mandando o flagrante no link do Fale Conosco.

Os endereços flagrados ontem pela Tribuna, na esquina das ruas Marechal Deodoro e Monsenhor Celso, no Centro, e no início da Estrada do Cerne, PR-090, em Campo Magro, serão verificados pelos fiscais do IAP.

Certo e errado

Seguindo pela Estrada da Cerne em direção a Campo Largo, bem no início da PR-090, em Campo Magro, a Tribuna se deparou com uma venda de frutas e verduras e, entre elas, dez sacos de pinhão, cada um com dois quilos do produto. O vendedor, que se apresentou com o nome de José Leonaldo, tratou logo de justificar dizendo que “o pinhão veio de Minas Gerais”.

Na sequência, disse que precisava trabalhar e que estava muito doente, com problemas nos braços e nas pernas.

Um quilômetro adiante, no mesmo lado da pista, outra banca de frutas e verduras ainda não tinha o pinhão. “Só trabalhamos com produtos da época e o pinhão só chegará depois do dia 15”, explicou o vendedor e artesão Marco Antonio Balandiuk, sinalizando que os ambulantes têm conhecimento sobre a proibição do IAP.

Rota dos caminhões-guinchos

Ciciro Back
Terezinha vê muitos carros quebrarem por causa da buraqueira.

Mais adiante, na ponte do Rio do Cerne, divisa entre Campo Magro e Campo Largo, não foram encontrados outros pontos de venda ilegal do pinhão, mas a situação da parte sem asfalto ou com buracos da PR-090 segue maltratando a população.

A auxiliar de serviços gerais Terezinha de Lates, 43 anos, diz que há 30 anos mora na parte da estrada que aguarda pela obra de pavimentação.

“Eu já me acostumei com o pó e não tenho carro, mas quem tem vive quebrando”, comenta. Segundo ela, os caminhões guinchos que socorrem os motoristas em apuros são presença constante no trecho com asfalto danificado.

Prazo

De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística, até o final de 2014 o governo deve definir o termo de referência para dar início à licitação do projeto para pavimentar dois trechos da Estrada do Cerne (na região de Campo Largo e entre Castro e Piraí do Sul).