Agentes penitenciários do Estado pedem relocação

A morte do agente penitenciário Gustavo Chagas, na madrugada da última sexta-feira, motivou o sindicato da categoria a criticar mais uma vez a falta de um processo periódico de remanejamento entre as unidades prisionais do Estado.

Chagas trabalhava no Centro de Detenção e Ressocialização de Cascavel e tinha que viajar 340 quilômetros a cada dois dias para voltar para casa, em Apucarana. Ele acabou sofrendo um acidente.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado Paraná, Clayton Auwerter, diz que há alguns anos os agentes podiam pedir transferência para outra penitenciária se houvesse vaga ou alguém interessado em fazer permuta.

Mas o procedimento foi proibido pelo governo do Estado porque um agente havia anunciado na internet que aceitaria mudar de unidade em troca de dinheiro. “Em vez de investigar o que ocorreu, o governo achou mais fácil proibir”, reclama.

Segundo Auwerter, quando os agentes assumem a vaga, têm prioridade de escolha os que obtiveram a melhor classificação no processo seletivo. Os demais têm de ficar com as vagas restantes ou perdem o concurso.

No fim do ano passado, o governo resolveu fazer uma reorganização das vagas, possibilitando aos agentes trabalhar mais perto de casa. Mas, depois disso, novos agentes foram incorporados ao quadro e agora estão tendo problemas. Dos cerca de 3,7 mil trabalhadores, pelo menos 700 estariam nessa situação.

Para o sindicalista, os agentes correm risco percorrendo vários quilômetros na estrada. Ele acredita que um concurso de remoção periódico, como ocorre com os professores da rede estadual de educação, resolveria o problema. A Secretaria Estadual de Justiça foi procurada, mas a assessoria de imprensa alegou que não haveria tempo hábil para responder.