O escritório Dante Parisi apresentou ontem denúncia de prevaricação com condescendência criminosa contra o secretário estadual de Educação, Maurício Requião, na Procuradoria Geral do Estado. O motivo alegado pelos advogados é a omissão do secretário no caso dos diretores do Colégio Estadual do Paraná, que acusaram dois alunos de consumo e tráfico de drogas nas dependências do colégio em março último. A Secretaria Estadual de Educação informou, através da assessoria de imprensa, que o órgão está obedecendo os trâmites judiciais e que o secretário estaria aguardando a conclusão da sindicância e do processo administrativo para tomar as medidas cabíveis.
Para os advogados que defendem os dois estudantes, ambos de 17 anos, o diretor-geral do Colégio Estadual, Wilson Roberto de Paula Souza, e o diretor-adjunto, Luiz Antonio Drulla Brandão, deveriam ser afastados dos cargos. “Foi aberta comissão de sindicância, que apurou as irregularidades praticadas pelos diretores e, mesmo comprovadas as irregularidades, nada foi feito”, reclamou um dos representantes do escritório de advocacia. Segundo ele, os resultados dos exames toxicológicos realizados nos alunos teriam sido negativos.
“Não foi dado direto aos alunos sequer de dar um telefonema aos pais. Eles foram levados à Delegacia de Infância e Juventude, não houve acompanhamento de um professor sequer e as mães dos alunos só souberam que eles estavam na delegacia por volta da 1h da manhã”, defenderam os advogados. Além disso, segundo o escritório de advocacia, a comissão de processo administrativo disciplinar aberta pelo secretário seria nula. “A comissão não pode ser formada por membros que tenham cargos hierárquicos inferiores aos processados, e nesse caso isso acontece.”