Adolescentes têm nova chance em educandários

A máxima de que algumas vezes é necessário dar um passo atrás, para tomar impulso posteriormente pode valer para adolescentes que são privados da liberdade, por praticarem infrações. Para a psicóloga e diretora do Educandário São Francisco, em Piraquara, Rita de Cássia Costa Naumann, um dos fatores que leva um adolescente à transgredir é a falta de oportunidades. Desde as mais elementares, como a de se alimentar, estudar, aprender uma profissão e ter um convívio social.

Hoje é o Dia do Adolescente e O Estado foi até o educandário registrar o dia a dia dos que além dos desafios próprios da idade, já enfrentam graves problemas. Rita explicou que o objetivo do educandário é fazer com que o adolescente saia de lá com capacidade de construir um projeto de vida. Uma equipe de profissionais acompanha os menores infratores. “Aqui eles recebem vários cursos profissionalizantes. Todos estudam e praticam atividades físicas. Oportunidades que deveriam ser dadas a eles enquanto estão fora daqui”, lembrou.

Rita disse que o internamento, que pode levar no máximo três anos, é a maior punição que pode se aplicada. “Quando o adolescente entra aqui o juiz não determina o período. Semestralmente é feita uma avaliação e um relatório dele é repassado ao magistrado, que só aí decide quando ele pode sair”, contou.

No São Franscisco estão 240 meninos com idades entre 12 e 18 anos. Eles são divididos em três grupos. “Os critérios são idade, compleição física e gravidade da infração”, lembrou, destacando que a maioria dos menores infratores estão lá por roubo e furto, respectivamente.

Sociedade

Para o presidente do Instituto de Ação Social do Paraná (Iasp), José Wilson de Souza, a grande culpada da delinqüência na adolescência é a sociedade, que deve dividir com o Estado a responsabilidade sobre seus menores. Ele lembrou que uma das preocupações em todos os educandários do Estado, que são de responsabilidade do Iasp, é a forma da saída do interno da instituição, para que ele seja bem reintegrado à sociedade. “A reincidência é ainda é grande, chegando entre 15% e 20%”, revelou.

Hoje, o sistema conta com 12 educandários provisórios, onde os adolescentes ficam no máximo 45 dias, e quatro definitivos.

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