O biólogo e professor Luís Felipe Manvailer, acusado de matar a esposa, a advogada Tatiane Spitzner, em julho de 2018, em Guarapuava, na região centro-sul do Paraná, vai a júri popular nesta semana. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o julgamento do réu deve ter início nesta quinta-feira (3), no mesmo município.

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No julgamento, o Ministério Público afirma que sustentará a tese de homicídio qualificado – com os agravantes de feminicídio, motivo fútil e morte mediante asfixia, e também, de fraude processual, pelo corpo da vítima ter sido removido do local da queda e pela limpeza dos vestígios de sangue deixados no elevador. “A tese do MPPR, comprovada pelo Laudo de Necropsia e pelo Laudo Anatomopatológico, é de que a vítima foi jogada da sacada quando já estava morta”.

Conforme a denúncia criminal oferecida pelo MP-PR, na madrugada do dia 22 de julho de 2018, após uma discussão quando retornavam de uma casa noturna, o réu passou a agredir a vítima. Parte dos fatos chegou a ser registrada pelas câmeras de segurança do prédio onde o casal residia. Ao final das agressões, segundo a ação penal, a mulher teria sido lançada da sacada do apartamento pelo denunciado, que foi preso no mesmo dia do crime, ao tentar fugir.

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Interrogado em março de 2019, na 2ª Vara Criminal de Guarapuava, Manvailer negou o crime e depois, se manteve em silêncio ao longo do interrogatório, em frente à juíza Paola Gonçalves Mancini. “Sempre falei a verdade, eu não matei minha esposa. Tanto que uma testemunha ouvida no Espírito Santo, afirmou que ouviu minha esposa gritando durante a queda”, disse o biológo, na época.

Como será o julgamento

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Por conta da pandemia de novo coronavírus, de acordo com informações do telejornal Bom Dia Paraná, da RPC, só terão acesso ao salão do Tribunal, o juiz, promotor e escrivão, advogados, réu e testemunhas, assistentes de acusação, representantes da OAB, familiares de Tatiane e de Luiz Felipe, jurados e imprensa. Cadeiras do salão também devem ser isoladas para garantir o distanciamento entre as pessoas.

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O júri pode se estender por três dias e além do réu, ainda segundo a RPC, a nove testemunhas de acusação e um informante serão ouvidos. Três testemunhas serão ouvidas em comum pela defesa e acusação. Já os sete jurados serão definidos após um sorteio feito entre as 30 pessoas do Conselho de Sentença.

Relembre o caso

Luis Felipe Manvailer é acusado de ter jogado Tatiane do quarto andar do prédio onde moravam. Os laudos do IML indicaram que a advogada foi morta por asfixia mecânica (esganadura), o que contrariou a versão de Luis Felipe, que disse à Justiça que sua mulher havia se atirado logo após uma discussão do casal.

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Na sequência, Luis Felipe aparece em câmera de vídeo recolhendo o corpo da esposa, já morta, colocando-o no elevador e deixando no apartamento. Depois pegou o carro dela e seguia em direção ao Paraguai, até que sofreu um acidente em São Miguel do Iguaçu – a 340 quilômetros de Guarapuava – e foi detido.