Acidentes geram prejuízo de R$ 24,6 bilhões

Os acidentes registrados em rodovias brasileiras entre os anos de 2004 e 2005 custaram aos cofres públicos R$ 24,6 bilhões. O número foi levantado pelo projeto Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras, feito pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) em conjunto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os resultados da pesquisa – que englobou também o índice de periculosidade das BRs baseado no número de acidentes – foram discutidos ontem, em Brasília, com o objetivo de levantar projetos e ações que promovam a diminuição dos assustadores índices brasileiros de mortes e custos resultantes de acidentes nas estradas.

A pesquisa separou os gastos entre rodovias federais e estaduais. Nas estradas sob domínio do Estado, as perdas chegam a ser duas vezes maiores que nas administradas pela federação: os custos nas primeiras chegaram nesse período (entre julho de 2004 e junho de 2005) a R$ 16,5 bilhões, contra R$ 8,1 bilhões nas BRs. O montante está relacionado aos custos médios relativos a pessoas (perda de produção, cuidados com a saúde e remoção/translado) e veículos (danos materiais, perda de cargas e remoção/guincho). A pesquisa constatou ainda que o custo médio de acidentes com feridos fica em torno de R$ 90 mil; com vítimas fatais, esse valor chega a R$ 421 mil.

Os cuidados com saúde englobam o maior gasto (mais de R$ 3 bi); a perda de produção fica na casa dos R$ 2,8 bilhões e os danos aos veículos chegam a custar R$ 2 bilhões. O sul é a segunda região brasileira que mais gasta com acidentes nas rodovias (quase R$ 2 bilhões), perdendo apenas para o sudeste (cerca de R$ 3,1 bilhões) e seguido pelo Nordeste (R$ 1,75 bi), Centro Oeste (R$ 800 milhões) e Norte (R$ 250 milhões). No entanto, a região a que pertence o Paraná é a que apresenta o menor custo médio por acidente no país, que é de R$ 65 mil, contra até R$ 85 mil por ocorrência registrada no norte do Brasil.

Nas rodovias estaduais – conforme dados disponibilizados por sete estados ao Ipea – constatou-se que o Paraná foi o segundo a apresentar maiores custos com acidentes em todo o ano de 2004: cerca de R$ 1,2 bilhão, ficando atrás somente de São Paulo (cerca de R$ 3,8 bilhões), mas à frente de Santa Catarina (cerca de R$ 700 mi) e do Rio Grande do Sul (cerca de R$ 600 milhões).

Periculosidade

A pesquisa indica também as BRs mais perigosas do Brasil. As englobadas na pesquisa que cortam o Paraná (116 e 476) ocupam respectivamente 4.º e 5.º lugares, com 5,21 e 5,16 acidentes por quilômetro. No Estado, a BR-116 abrange trecho de 208 quilômetros de seus totais 4.564, contra 142 quilômetros dos totais 400,9 da BR-476. A BR-116 é também das que mais matam em todo o Brasil, tendo alcançado 1.060 óbitos entre 1.º de julho de 2004 e 30 de junho de 2005, e registrando 23.136 acidentes nesse mesmo período.

De acordo com os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2005 morreram 6.352 pessoas nas estradas. No entanto, essas estatísticas referem-se aos óbitos no local. A pesquisa do IPEA constatou que 4.073 pessoas que estiveram envolvidas nesses mesmos acidentes vieram a falecer, posteriormente; ou seja, em 2005 foram ao todo 10.422 mortos em rodovias federais. No Paraná, os 7.145 acidentes registrados em toda a malha federal no período mataram 331 pessoas e deixaram outras 4.738 feridas. 

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