Paraná faz média de trinta desocupações por ano; CPT critica governo

O governo do Paraná fez, em média, 30,6 desocupações de terra por ano desde 2003, volume bastante superior à média do governo anterior, quando foram 16,8 despejos por ano. Um número que o atual governo tem exaltado foi anunciado com críticas negativas pela regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Paraná na apresentação, hoje, do documento Conflitos no Campo Brasil 2005. O Paraná fica atrás de Goiás, Mato Grosso e Pará nesse item. Em relação às prisões o Estado fica atrás apenas do Pará, com 35 presos.

"Mesmo num contexto de menos violência, mostra que parte do Judiciário continua atrelada ao latifúndio e o Executivo cumpre sem questionar. Isso continua sendo um entrave à reforma agrária", disse o secretário da CPT no Paraná, Rogério Nunes. "O Paraná é um dos Estados de maior conflito no Brasil, com 49 casos em 2005, envolvendo 6.416 famílias."

De acordo com a comissão, em 2005 foram 29 ações de despejo no Paraná, envolvendo 3.659 famílias. Dessas, 400 teriam sido expulsas por ações de pistoleiros. As atividades de desocupação resultaram na destruição de 175 casas. Em 2004 foram 46 despejos e, em 2003, 17 ações.

Em nota a Secretaria da Segurança Pública disse que, em 1 188 dias do atual governo, foram feitas 132 desocupações de áreas em todo o Paraná. A última hoje, na Fazenda Patos Velhos, em Prudentópolis, no sul do Estado, que estava invadida havia dois meses pelo MST. Foram destacados 85 policiais para ajudar a retirar as 22 pessoas que estavam em 13 barracos.

"Este governo obedece às ordens judiciais. No entanto agirá sempre de forma que as desocupações sejam pacíficas e acordadas", ressaltou. "Tanto que é insignificante a ocorrência de conflitos entre policiais e sem-terra."

Para a Secretaria, "é incomparável a postura de respeito que este governo tem com os diversos movimentos sociais em relação à postura adotada pelo governo anterior". "A afirmação da CPT de que o número de pessoas presas evidencia um alto índice de conflitos é completamente equivocada. Este governo respeita os movimentos sociais, entretanto todos os integrantes devem se submeter à lei", afirmou a nota. De acordo com a secretaria, todas as reintegrações são feitas após "exaustivas negociações com os líderes dos movimentos sociais, de maneira pacífica e ordeira".

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