Paraguai fica em 1.º e confirma boa fase dos sul-americanos

Jim Watson/AFP

Num jogo que começou morno, em Polokwane, o Paraguai dominou a Nova Zelândia mas não conseguir sair do 0 a 0 no primeiro tempo.

Até os 16 minutos da primeira etapa, as chances de gol se limitaram a um chute torto de Smeltz para a Nova Zelândia, aos 3 minutos, e arremates sem direção do lateral-direito Caniza, aos 13, e dos atacantes Valdez, aos 15, e Roque Santa Cruz, aos 16. Dois minutos depois, Caniza teve a primeira boa chance do jogo, ao chutar rente à trave esquerda do goleiro Paston, após bate e rebate na área da Nova Zelândia.

O Paraguai chegou de novo aos 27 minutos, e novamente com Caniza, que tentou surpreender o goleiro neo-zelandês com um chute de longe, por cima, e a bola passou raspando o travessão. Nessa altura, o Paraguai já tinha o domínio da partida. Aos 33, Valdez fez boa jogada pela esquerda e chutou de fora da área. Paston, bem colocado, segurou firme.

Aos 34 minutos, na melhor oportunidade da Nova zelândia, Berton fez boa jogada até a linha de fundo e cruzou na pequena área, mas o goleiro paraguaio, Villar, se antecipou a Fallon e segurou firme a bola.

No segundo tempo, a primeira chance foi da Nova Zelândia. Aos 2 minutos, Lochhead avançou pela esquerda e tocou para Elliot, que chutou perto do gol de Villar, à direita do goleiro paraguaio. O jogo continuou morno, no mesmo ritmo do primeiro tempo. Aos 15 minutos, o Paraguai finalmente teve uma boa oportunidade. Riveros recebeu cruzamento da direita e, da marca do pênalti, cabeceou para a defesa de Paston, que rebateu para frente. Na seqüência, Caniza, ainda dentro da área, foi travado pela zaga e chutou para fora.

Depois disso, o jogo voltou a ficar sem graça, sem que os dois times demonstrassem muito interesse na partida. Oportunidade de gol, só aos 29 minutos, quando Benitez recebeu de Roque Santa Cruz na área, cortou o marcador e chutou de direita. Paston rebateu e Barrios não conseguiu aproveitar o rebote. Dois minutos depois, o Paraguai tentou de novo. Roque Santa Cruz invadiu a área com a bola dominada, mas Paston fez saída providencial e afastou o perigo.

O Paraguai passou a tentar mais o gol. Aos 33 minutos, Roque Santa Cruz bateu falta com violência e o goleiro neo-zelandês espalmou para o lado. No fim, a Nova Zelândia tentou o tudo ou nada para conseguir a vitória e a classificação e deu espaços para o contra-ataque paraguaio, mas o jogo terminou mesmo sem gols.

O goleiro Justo Villar, de 1,80, fez boas defesas, principalmente diante da ameaça de Rory Fallon (1,91). A torcida deve perdoá-lo assim do erro que permitiu o empate da Itália (1-1) na primeira partida no Mundial.

Em caráter excepcional, os All Whites renunciaram ao uniforme totalmente branco e se vestiram de preto da cabeça aos pés, exatamente como os All Blacks, a seleção de rúgbi, o esporte mais popular do pequeno país oceânico. A mudança não deu sorte.

Na primeira parte do jogo, nenhuma seleção quis arriscar. O primeiro chute a gol só saiu aos 15 minutos, do lateral Denis Caniza, o jogador que na verdade mais perigo criou para os neozelandeses. O capitão na verdade fez quatro tentativas. A terceira chegou a raspar na trave.

Os jogadores sul-americanos aos poucos se mostraram presentes em campo. De fato, foram melhores e fizeram maior pressão. Os Kiwis não tiveram outra opção que não ficarem no contragolpe, mas não criaram nenhuma chance de gol.

O único susto que neozelandeses deram nos Guaranis foi no começo do segundo tempo, uma bomba de Simon Eliott que foi para fora (5).

Os Guaranis, ao contrário, tiveram várias chances de marcar. O gol quase saiu com Cristián Riveros (17), Enrique Vera (32) e Roque Santa Cruz (35), mas o goleiro Mark Paston não deixou.

Com esse resultado, o Paraguai se juntou a outras quatro seleções latino-americanas que já estão com vaga garantida na próxima fase: Brasil, Argentina, Uruguai e México. Até agora, nenhuma equipe da região teve que voltar para casa mais cedo.

Os Guaranis agora estão na dependência dos jogos do Grupo G, nesta quinta-feira ainda, para saber quem vai ficar em segundo nessa chave, que a Holanda lidera com seis pontos, na frente de Japão e Dinamarca (ambos com três) e Camarões (sem nada).

É a quarta vez que o Paraguai vai às oitavas em um Mundial, depois de México-1986, França-1998 e Japão-Coreia-2002, mas nunca passou da segunda fase.

– Copa do Mundo da África do Sul – Grupo F

Paraguai – Nova Zelândia 0-0 (0-0)

Estádio: Peter Mokaba (Polokwane)

Campo: bom

Iluminação: bom

Espectadores: 40.000

Árbitro: Y. Nishimura (JPN)

Cartão amarelo:

Paraguai: V. Cáceres (10), Santa Cruz (41)

Nova Zelândia: Nelsen (11 do 2º tempo)

Escalações:

Paraguai: Justo Villar – Denis Caniza (cap), Julio César Cáceres, Paulo da Silva, Claudio Morel Rodríguez – Cristian Riveros, Victor Cáceres, Enrique Vera – Roque Santa Cruz, Nelson Valdez (Edgar Benítez 22 do 2º tempo) – Oscar Cardozo (Lucas Barrios 21 do 2º tempo). Treinador: Gerardo Martino.

Nova Zelândia: Mark Paston – Winston Reid, Ryan Nelsen (cap), Tommy Smith – Leo Bertos, Simon Elliott, Ivan Vicelich, Tony Lochhead – Chris Killen (Jeremy Brockie 34 do 2º tempo), Rory Fallon (Chris Wood 24 do 2º tempo), Shane Smeltz. Treinador: Ricki Herbert.