Para o Sindicarnes, Rio Grande do Sul está fazendo reserva de mercado

A manutenção das restrições do Rio Grande do Sul ao comércio de carne produzida no Paraná não correspondem mais a questões de ordem sanitária, mas sim econômicas. A avaliação foi do presidente do Sindicato da Indústria da Carne do Paraná (Sindicarnes-PR), Péricles Salazar, que esteve em Porto Alegre na última quarta-feira (17), acompanhando as negociações para o restabelecimento do comércio de carnes entre os dois estados.

O comércio de carnes entre os dois estados está suspenso desde outubro de 2005, quando foi registrado o primeiro foco de febre aftosa no estado do Mato Grosso do Sul. Como o Paraná pertence ao Circuito Pecuário Centro-Oeste, o mesmo do MS, os estados do Sul colocaram barreiras para o comércio de carnes.

Péricles disse que foi surpreendido por declaração do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Speroto, que sinalizou a defesa da prática de reserva de mercado de carnes pelo Rio Grande do Sul

O secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Newton Pohl Ribas, está confiante na suspensão das barreiras impostas pelo governo gaúcho. Ele disse que o secretário da Agricultura nomeado pela governadora Yeda Crusius só toma posse no dia 22 de janeiro e ele achou viável o secretário interino da pasta, Celso Bernardi, não adotar nenhuma atitude antes disso.

Ribas destacou que não há mais impedimentos técnicos para a entrada de carne bovina e suína no Rio Grande do Sul porque o Paraná voltou a conquistar o mesmo status sanitários que o Estado. ?O Paraná fez seu dever de casa e cumpriu todas as etapas para reconquistar o status sanitário preconizado pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), desde que foram registradas as primeiras suspeitas da doença por aqui?, disse.

Segundo Salazar, o Rio Grande do Sul representa o terceiro melhor mercado para os frigoríficos paranaenses. Desde que começou o embargo às carnes do Paraná, em função da suspeita de febre aftosa, o estado vem perdendo cerca de R$ 16 milhões mensais no Rio Grande do Sul e mais R$ 25 milhões em Santa Catarina. Em 15 meses de embargo, o prejuízo já atingiu mais de R$ 600 milhões, calculou.

Para ele, ficou claro a intenção dos produtores gaúchos em promover a reserva de mercado diante do comportamento dos indicadores de mercado. Enquanto a arroba do boi gordo está cotada a R$ 53,00 no Paraná, no Rio Grande do Sul a arroba está cotada a R$ 63,00. ?Eles não vão conseguir sustentar essas cotações com o pleno restabelecimento comercial entre os estados federados?, disse Péricles.

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