Para candidato tucano, povo não gosta de briga de político

O candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, indicou que não pretende ceder às pressões de aliados para se tornar mais agressivo na campanha por causa da queda nas pesquisas. "Lula era só estilingue. Só ganhou quando virou paz e amor", disse o ex-governador no Rio, referindo-se à trajetória de seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que perdeu três eleições antes de chegar ao Planalto

Bem-humorado apesar da pressão que admite viver, Alckmin disse saber lidar com os "cabos eleitorais", que sempre pedem mais agressividade, segundo disse. Mas disse saber que "o povo não gosta de briga de político". Alckmin afirmou que sabe controlar a própria ansiedade e deu a entender que estabeleceu um momento para o ataque mais contundente, que ainda não chegou. "Primeiro é ganhar a confiança das pessoas, se apresentar. Para o povo, até agora só Lula é candidato. Não quero ficar mudando, prefiro a constância", disse Alckmin

Mas Alckmin demonstra preferir o amor à guerra, assim como fez Lula em 2002. Acuado pelas perguntas sobre a traição de tucanos ou a cobrança de aliados por mais veemência no ataque a Lula, respondeu: "O pessoal quer pauleira, né? Não, eu estou na fase zen. Paz, amor e trabalho. Isso é que é importante.

Alckmin prometeu reaparelhar as três Forças e empregá-las melhor no patrulhamento de fronteiras e na inteligência para combater o tráfico de drogas e armas, colaborando com a segurança pública. Citou o papa Paulo VI e Santo Agostinho. Em tom moralista, disse que a pátria é maior do que o governo. "A nação é o povo. É a língua, a religião, os costumes." O tucano foi cuidadoso ao prometer "trabalhar" por aumentos salariais para os militares, mas comprometeu-se com a paridade de vencimentos para ativos e inativos

Volks

Alckmin fez referência à ocupação de um terreno da Volkswagen em São Bernardo do Campo, em 2003, por um grupo de sem-teto. O tucano acusou petistas de defenderem o acampamento na época e contou que o governo federal pediu que ele adiasse o cumprimento da ordem de reintegração de posse. "O terreno foi vendido para as Casas Bahia, que criou um centro de treinamento e gerou 1,1 mil empregos. Aí o Lula foi lá inaugurar. Se dependesse deles, não teria um só emprego. Haveria ali uma invasão de propriedade privada", afirmou.

Sobre a ameaça da Volkswagen de demitir 3 mil operários, Alckmin disse que a notícia é triste, mas que não deve acontecer. "Vamos trabalhar para que não aconteça", comentou. Adiante ele constatou que o aumento de produtividade e eficiência das fábricas desemprega e defendeu taxas de crescimento mais expressivas para a economia brasileira como forma de contemplar os desempregados conjunturais e os jovens que chegam ao mercado de trabalho. "Se continuarmos com essa política fiscal, impostos tão altos, juros tão elevados e câmbio tão ruim vamos ‘desindustrializar’ o País e virar importador de peças.

Voltar ao topo