Papa Bento XVI manifesta “profundo respeito” pelo Islã

O papa Bento XVI manifestou hoje seu "profundo respeito" pelo Islã, mas não pediu as desculpas exigidas por diversos líderes muçulmanos por causa das declarações feitas pelo pontífice na semana passada na Alemanha. O papa admitiu que suas palavras ficaram abertas à má interpretação, mas insistiu que em nenhum momento teve a intenção de endossar uma visão negativa do Islã.

"Espero que em diversas ocasiões tenha ficado claro meu profundo respeito pelas grandes religiões, em particular pelos muçulmanos – seguidores do monoteísmo e com os quais estamos engajados na defesa e na promoção da justiça social, dos valores morais e da liberdade para todos os homens", declarou o pontífice durante audiência semanal no Vaticano.

"Eu acredito que, depois das reações iniciais, minhas palavras na Universidade de Regensburg podem representar um impulso e um encorajamento a um diálogo positivo, até mesmo autocrítico, entre as religiões, a racionalidade moderna e a fé cristã", disse o papa a milhares de fiéis na Praça São Pedro.

Na semana passada, Bento XVI citou um imperador bizantino segundo o qual Maomé "só trouxe coisas más e desumanas, como defender com a espada a fé que pratica". A citação desencadeou protestos por parte de líderes muçulmanos em todo o mundo. "Infelizmente, essa citação acabou sendo mal interpretada", lamentou o pontífice. O comentário foi repetido em diversos idiomas por Bento XVI.

"De nenhuma forma eu quis fazer minhas as palavras do imperador medieval", disse o papa. "Eu pretendia explicar que religião e razão podem andar juntas, mas não religião e violência", comentou.

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