ONGs pedem união contra intransigência na reunião da OMC

A menos de 24 horas do encerramento da 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que se realiza desde terça-feira (13), as organizações não-governamentais pedem a união dos países em desenvolvimento contra a "intransigência " européia e norte-americana.

"A Action Aid pede que os delegados dos paises em desenvolvimento atuem na negociação, de uma forma unificada, para que seja possível chegar a uma declaração final muito mais específica e clara, com compromissos muito mais fortes para reescrever as regras de comércio. Ainda há tempo, é possível", afirma Adriano Campolino, da Action Aid Brasil.

Na avaliação de Campolino, a versão preliminar da declaração final da conferência deixa claro que a OMC pretende "continuar passando por cima" de questões relacionadas ao desenvolvimento e ao meio ambiente. A versão mais recente, elaborada pelo diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, foi apresentada ontem (16), depois de quatro dias de intermináveis reuniões.

"Temos um documento que não reflete a necessidade do momento, que é reescrever as regras de comércio para combater a pobreza no mundo", diz Campolino. "Na parte de agricultura, que é onde estão os maiores interesses dos países em desenvolvimento, o documento é absolutamente falho e insuficiente. Por outro lado, é muito forte nas áreas em que estão os interesses ofensivos da União Européia e dos Estados Unidos, como a de ampliação das exportações de produtos industriais e serviços", resume.

Para a Action Aid, o documento nãoo faz qualquer movimento significativo para resolver questões consideradas essenciais como o direito dos países do hemisfério Sul, de proteger a agricultura familiar. Também não toma medidas para acabar com o dumping e resolver a questão do fim dos subsídios à exportação de produtos agrícolas. "Estados Unidos e União Européia colocam tantos subsidios em seus produtos que acabam sendo exportados a preços inferiores ao de produção, excluindo milhões de produtores. O documento não resolve isso", avalia.

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