Rio ? A frota brasileira de veículos leves movidos a gás natural veicular (GNV) cresceu 25,87% no ano passado, atingindo 1.052.295 unidades em todo o país. O número de conversões registrou recorde histórico no período, com 216.336 carros convertidos, alcançando uma média de 18.028 conversões no ano. "Nunca havíamos chegado a esse número [216 mil]. O maior número a que chegamos foi 194 mil em 2003", disse o coordenador do Comitê de GNV do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Rosalino Fernandes, em entrevista à Agência Brasil.
Dados da entidade apontam que o número de conversões correspondeu a quase 10% da produção de veículos leves no Brasil, que foi recorde em 2005, somando 2,45 milhões de automóveis. Desse total, 73% das vendas corresponderam a carros flex (que usam tanto álcool como gasolina), segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo Fernandes, embora a frota do estado do Rio de Janeiro continue na liderança em termos de quantidade de veículos convertidos (com um total de 417.786 unidades), em 2005, Santa Catarina teve o maior crescimento do país em relação ao número de conversões, da ordem de 56,2%.
Fernandes atribuiu o fato ao incentivo, por parte do governo estadual e de concessionárias locais, para aumentar o número de usuários de gás natural. "A companhia de gás catarinense vê no uso do GNV uma forma de justificar a expansão da infra-estrutura de distribuição que ela tem. Em outras palavras, ela vê o uso do GNV como um meio de expandir a rede de gasodutos de que dispõe no estado", avaliou, acrescentando que a expansão da rede de abastecimento vai permitir que se leve o gás natural a usuários de menor demanda, como residências e pequenos comércios. "O estímulo à conversão ao GNV é um fator de desenvolvimento regional", observou.
De acordo com Fernandes, um posto de gasolina consome em média 150 mil metros cúbicos de gás por mês, número que equivale ao consumo médio de uma indústria de médio porte.