Nasa lança satélites para possibilitar visão tridimensional das nuvens

Pasadena (AE-AP) – A Nasa, a agência espacial americana deu sinal verde para o lançamento, às 7h02 (horário de Brasília), dos satélites de pesquisa atmosférica Calipso e CloudSat. Eles foram projetados para dar aos cientistas, pela primeira vez, a visão tridimensional da formação das nuvens e ajudá-los a compreender melhor o processo climático no planeta.

Um foguete Delta 2, lançado da base de Vandenberg, na Califórnia levará o Calipso e o CloudSat para a órbita da Terra. Eles se unirão a mais três satélites de pesquisa atmosférica franco-americanos já lançados.

Os instrumentos a bordo dos satélites produzirão imagens em três dimensões das nuvens, que permitirão distinguir as formas dos aerossóis – finas partículas suspensas na atmosfera, que formam as gotas das chuvas – e as precipitações. "As novas informações que a CloudSat dará responderão perguntas fundamentais sobre a formação da chuva e da neve, sua distribuição em torno do planeta e como as nuvens influenciam o clima terrestre", explica Graeme Stephens, climatólogo da Universidade do Colorado e responsável pela missão CloudSat.

Para a coordenadora-geral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cepetec), Maria Assunção Dias, o avanço tecnológico dos novos satélites contribuirá para acumular mais rapidamente conhecimentos sobre o processo de formação das nuvens – uma área em que, hoje, as informações ainda são escassas. "Cada vez que aprendemos um pouco mais sobre as nuvens esse conhecimento é passado para a área tecnológica", diz. "Isso influenciará, no futuro, a realização de um monitoramento melhor e mais preciso das condições atmosféricas."

Outro aspecto dos satélites em que os pesquisadores estão interessados, além do estudo da dinâmica de formação das nuvens, é a compreensão do fenômeno do aquecimento global. As nuvens exercem importante influência sobre a quantidade de energia solar contida na atmosfera e refletida no espaço.

David Winker, pesquisador responsável pela missão Calipso, aponta para o salto tecnológico das mais recentes iniciativas em análise climatológica. "Graças aos instrumentos de observação ultra-sensíveis da Calipso, chegaremos a uma melhor compreensão da circulação dos aerossóis e da mecânica do clima."

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