Dois jogos, duas vitórias. Mas nem os 100% de aproveitamento deixaram o técnico Muricy Ramalho satisfeito com a produtividade do São Paulo nas primeiras rodadas do Campeonato Paulista. Por isso, ele mudará o esquema tático para enfrentar o Paulista, hoje, às 21h45, no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí. Está de volta o 3-5-2.
Assim, o zagueiro Alex Silva entrará na vaga do lateral-direito equatoriano Reasco e formará o trio de defesa com Miranda e André Dias. "Contra o Ituano, não fomos bem: não jogamos e deixamos o adversário jogar", resumiu Muricy. "Isso não pode acontecer, porque temos um time de muita marcação e eficiência no ataque.
É esta eficiência que o treinador deseja ver em campo. Para isso aposta que o reforço na defesa protegerá melhor o meio-campo, que, por sua vez, ganhará liberdade para ir ao ataque. Dessa maneira, Souza poderá avançar bastante, deixando a proteção da zaga para o volante Josué e jogando como um ala pela direita.
"Nessa formação, o Souza não fica tão preso e até os laterais podem avançar mais", observou Alex Silva, animado com a chance. "Vou fazer o máximo para continuar no time.
Mas as características do rival desta quarta-feira também são motivo de preocupação no São Paulo. "O Paulista tem dois atacantes bem velozes e um time bem entrosado, que atua junto há muito tempo", comentou Muricy, que ainda aposta na qualidade da dupla ofensiva são-paulina. "O Borges e o Aloísio ainda vão melhorar, e continuam no time.
Mas não são os atacantes do Paulista que dão segurança à equipe do Paulista. Em casa, o time não perde para um grande clube paulista desde 2003 – a última derrota aconteceu no dia 2 de agosto daquele ano, quando perdeu por 2 a 1 do Palmeiras, pela Série B do Brasileiro.
Depois dessa data, o Paulista enfrentou Santos, Corinthians, Palmeiras e São Paulo somente pelo Campeonato Paulista: foram quatro vitórias e apenas dois empates nos jogos em Jundiaí. No ano passado, derrotou o Santos, por 3 a 1, e o Palmeiras, por 3 a 0.
Já o técnico Vágner Mancini, desde que assumiu o Paulista, no segundo semestre de 2004, jamais perdeu para os times grandes em Jundiaí.
"O Paulista vai bem neste tipo de jogo. Por nossa equipe ser de velocidade, é melhor enfrentarmos equipes grandes, do que aquelas que vêm totalmente fechadas", explicou o Vágner Mancini.
Além disso, o elenco do Paulista está ansioso por enfrentar o atual campeão brasileiro. "O Jaime Cintra provavelmente terá um grande público, o jogo será televisionado e o São Paulo é o atual campeão brasileiro. Tudo isso vai nos encher de motivação para vencermos o jogo", afirmou o volante Rever.
Vágner Mancini, como sempre faz, adota o mistério sobre o time. Fábio Gomes e Marcelo Oliveira disputam uma vaga no meio-de-campo. E Gláucio, que cumpriu suspensão, retorna na vaga de Fernando Diniz, expulso na vitória sobre o Grêmio Barueri, por 1 a 0, no domingo.
Elogios – O Paulistão ainda está no começo, mas Muricy já se impressionou com o futebol mostrado pelo Santos, que julga ser o melhor do torneio. "Não é porque ganhou os três jogos que disputou, mas porque está atuando bem e tem um técnico de muita qualidade (Vanderlei Luxemburgo)", disse o treinador são-paulino
Mesmo assim, Muricy não está pressionado pela boa campanha do Santos, que é o líder isolado do campeonato. "Quatro times passam para a semifinal, há tempo para recuperação", lembrou o técnico.
O que preocupa o técnico do São Paulo é a sua falta de opções no elenco – apenas 19 jogadores constam do grupo principal. Por isso, Muricy espera que a diretoria acelere as negociações para trazer reforços. O volante Fábio Santos, do Cruzeiro, é o que estaria mais perto. "Ele é um bom marcador, trabalhei com ele no São Caetano, e precisamos de gente para essa posição", explicou o treinador.
Os dirigentes do São Paulo também voltaram a negociar com o Figueirense para trazer o volante Carlos Alberto, além de aguardar pela decisão de Mineiro, que tem até dia 31 de janeiro para se transferir para a Europa.
Um reforço é certo: o meia Lenilson poderá enfrentar o Rio Claro no próximo domingo, pois teve metade da suspensão de 120 dias revertida em 20 cestas básicas pelo presidente do STJD, Rubens Approbato Machado. O são-paulino tinha sido suspenso por agredir André, do Santos, no Campeonato Brasileiro do ano passado.