Violência política deixa 43 mortos em Madagáscar

Milhares de partidários da oposição exigiram nesta quarta-feira (28) a renúncia do presidente de Madagáscar, Marc Ravalomanana, após o governo bloquear o funcionamento de uma emissora de rádio da oposição. Pelo menos 10 mil pessoas se reuniram para ouvir o líder da oposição e prefeito da capital, Andry Rajoelina, que convocou uma greve geral na ilha do Oceano Índico, nas proximidades da costa sudeste da África. Pelo menos 43 pessoas morreram por causa da violência política nesta semana.

Anteontem, manifestantes queimaram um edifício do governo que era usado para transmissões televisivas e um reservatório de petróleo, além de um shopping e uma emissora de televisão privada ligados ao presidente Marc Ravalomanana.

Vololona Ralifon, o diretor do hospital Joseph Ravohanjy, afirmou que 43 corpos foram levados ao necrotério e 41 deles tinham queimaduras que impediam sua identificação. “Eu nunca havia visto isso em minha vida”, disse Ralifon. “Espero muito que esse pesadelo se encerre.” Apenas cinco pessoas haviam sido reconhecidas pelos parentes.

Madagáscar é conhecido por sua vida selvagem única e atrai muitos ecoturistas. Mas também é palco de muita instabilidade política e confrontos.

Ravalomanana disputou o poder com o ex-presidente Didier Ratsiraka, quando ambos afirmaram ter ganhado a presidência após uma acirrada eleição, em dezembro de 2001. Após a disputa praticamente dividir o país, Ratsiraka fugiu para a França, em junho de 2002.

Ravalomanana foi reeleito em 2006, ainda que dois candidatos da oposição tenham tentado contestar a validade do pleito. No mesmo ano, um general reformado do Exército pediu aos militares que tomassem controle da ex-colônia francesa.

Rajoelina acusa o governo de Ravalomanana por desvio de recursos e ameaça à democracia. Rajoelina diz ter apoio militar e está pronto para liderar um governo interino. Porém, ele tem 34 anos e a Constituição determina que a idade mínima para ser presidente é de 40 anos.

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