Rebeldes sírios duvidam de cessar-fogo durante festa

Os rebeldes do Exército Livre Sírio, principal grupo armado da oposição, disseram nesta quarta-feira duvidar que o regime de Bashar Assad respeitará um cessar-fogo durante a festa de Eid al Adha, que começa na próxima semana.

A proposta foi feita pelo enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) ao país, Lakdhar Brahimi, na segunda e pretende fixar uma trégua durante os quatro dias da festa, que relembra o pedido de Deus ao profeta Abraão para matar o filho Isaac.

O porta-voz da força armada rebelde, Malek Kurdi, disse à agência de notícias Efe que não recebeu nenhuma comunicação de Brahimi, de modo que o grupo não deu nenhuma resposta sobre a trégua.

No entanto, mostrou-se cético sobre a trégua temporária e disse ser a “é a última oportunidade que a comunidade internacional oferece ao regime, que quer acabar com a revolução com mortes e assassinatos”.

O dirigente rebelde destacou que o Exército Livre Sírio concorda com um cessar-fogo permanente para garantir as reivindicações do povo sírio contanto que haja a renúncia de Assad.

O grupo armado é uma das principais forças da oposição. Outros grupos contrários ao regime se disseram contrários ao cessar-fogo ou condicionaram a trégua à entrega de ajuda humanitária às zonas mais afetadas pela crise política.

Em contrapartida, o regime sírio defendeu o cessar-fogo durante o período, mas pediu a inclusão dos rebeldes nas exigências e o fim do envio de armas aos opositores.

Enviado especial

Responsável pela proposta, Lakhdar Brahimi foi defender a aplicação do cessar-fogo em visita a Beirute, em conversa com autoridades libanesas. Ele voltou a dizer que a trégua é uma oportunidade para resolver a crise na Síria.

Neste sentido, o mediador advertiu que “a crise não vai ficar confinada no território sírio, por isso que ou se encontra uma saída ou a crise se agravará e se estenderá”.

Brahimi também lembrou o pedido o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de terminar com o fornecimento de armas para ambos lados do conflito.

O mediador árabe, que está no Líbano, passou também pelo Egito, Irã, Turquia e Arábia Saudita, lugares onde recebeu apoio para a aplicação da trégua temporária.

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