O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, indicou preferência para que seu candidato à sucessão nas eleições presidenciais do ano que vem seja seu ministro da Economia, Danilo Astori, responsável pela "modernização" da esquerda uruguaia. O vice desejado por Vázquez é o carismático senador José Mujica, ex-guerrilheiro do movimento Tupamaros. A dupla ainda precisará passar pela aprovação da convenção nacional da Frente Ampla, a governista coalização de centro-esquerda.
Astori é um socialista de posições moderadas. O ministro, nos últimos dois anos, ficou famoso por defender um acordo de livre comércio entre o Uruguai e os Estados Unidos. O acordo, que passaria por cima do Mercosul, não foi concretizado, principalmente devido à oposição do Brasil e da Argentina. No entanto, o plano nunca foi arquivado totalmente por parte de Astori.
Mujica, embora septuagenário, é o político mais popular entre os jovens uruguaios. O senador, que vai de sua casa até o Parlamento em uma lambreta, é considerado o mais pragmático integrante do gabinete Vázquez. Os setores da esquerda tradicional da Frente Ampla preferem que o ex-líder guerrilheiro seja o candidato presidencial em vez do moderado Astori.
A oposição também está preparando-se para as eleições de 2009. O principal partido opositor, o Nacional, já contra com três pré-candidatos: o senador Jorge Larrañaga (candidato derrotado em 2004), o ex-presidente Luis Alberto Lacalle e Carmelo Vidalín prefeito da cidade de Durazno. No segundo maior partido da oposição, o Colorado, o favorito é Pedro Bordaberry, filho do ex-ditador civil Juan María Bordaberry. Pesquisas indicam que, um ano antes da eleição, a Frente Ampla conta com 40% das intenções de voto. O Partido Nacional, em seus calcanhares, possui 34%. Os colorados contam com 9%, enquanto o Partido Independente possui 2%.