Presença de tropas dos EUA causa impasse no Japão

O secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, pediu que o novo governo do Japão implemente rapidamente uma reorganização nas tropas dos Estados Unidos instaladas no país asiático. O tema é até agora o maior desafio para o primeiro-ministro Yukio Hatoyama na área de política externa desde a sua posse, no mês passado.

Hoje, após encontro, Gates e o ministro da Defesa do Japão, Toshimi Kitazawa, afirmaram que os dois lados ainda mantêm diferenças sobre o plano, que pode implicar em uma forte redução das tropas dos EUA na ilha japonesa de Okinawa. O Partido Democrático do Japão (PDJ), de Hatoyama, quer revisar um plano de 2006, para diminuir ainda mais a presença norte-americana na ilha.

O atual plano “pode não ser uma alternativa perfeita para ninguém, mas é a melhor alternativa para todos”, defendeu Gates na entrevista coletiva. “É hora de seguir em frente.” Kitazawa pediu que os dois lados cheguem a um acordo. Segundo ele, porém, a situação política doméstica torna difícil a realização do atual plano.

O acordo de 2006 prevê que os EUA transfiram 8 mil Marines para Guam até 2014. Além disso, transfere uma instalação para helicópteros na base Futenma, atualmente em uma área densamente povoada, para a parte rural da ilha. Muitos políticos do PDJ, incluindo todos os quatro representantes de Okinawa na Câmara dos Deputados, querem que a instalação para helicópteros seja completamente retirada da ilha.

 

Impasse

 

Hatoyama precisará em breve encontrar uma solução que satisfaça Washington, mas evitando deixar a impressão em seu país de que está descumprindo promessas de campanha. Gates disse que não há prazo para um acordo, mas ele deveria ocorrer o mais breve possível. Especialistas notam que os EUA querem algum pacto antes da visita do presidente Barack Obama ao Japão, em 12 e 13 de novembro.

Gates citou os benefícios da presença norte-americana no Japão. “O guarda-chuva de defesa tem protegido o Japão por quase 50 anos. Isso permite que o Japão tenha um orçamento de defesa de quase 1% do PIB (um valor baixo na média dos países)”, disse o secretário de Defesa.

O PDJ prometeu revisar alguns aspectos das relações bilaterais com os EUA, um aliado de longo prazo, ao mesmo tempo que defende uma aproximação com os vizinhos asiáticos. As informações são da Dow Jones.

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