Premiê paquistanês pede fim de ataques dos Estados Unidos

O próximo presidente dos Estados Unidos precisa parar com os ataques de mísseis contra alvos de insurgentes no noroeste do Paquistão ou arriscará o fracasso nos esforços para derrotar a insurgência islâmica no país, alertou o primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Reza Gilani, em encontro com o general americano David Petraeus, que nesta terça-feira (4) esteve na capital do Paquistão, Islamabad. Segundo o primeiro-ministro paquistanês, Petraeus “parecia convencido”, quando alertado por ele que os ataques com mísseis estão inflamando um sentimento anti-americano no Paquistão. Mesmo assim, Petraeus não deu garantias de que os ataques serão suspensos.

Os comentários de Gilani colocam em evidência os desafios que o próximo presidente dos EUA enfrentará para ajustar a política de lidar com a ameaça dos militantes no Paquistão, um país que tem armas nucleares, e os líderes civis de Islamabad. Os comentários de Gilani também mostram a fratura que cresceu nas relações entre os EUA e o Paquistão, sete anos após os ataques terroristas de 11 de setembro terem forçado Washington e Islamabad a uma aliança.

“Não importa quem será o próximo presidente dos Estados Unidos, se ele não respeitar a soberania e a integridade do Paquistão, os sentimentos contra os EUA e o Ocidente estarão aqui”, disse Gilani, no dia em que os americanos escolhem entre o democrata Barack Obama e o republicano John McCain. Nos últimos dois meses, os EUA lançaram pelo menos 17 ataques com mísseis contra supostos alvos de militantes no lado paquistanês da fronteira com o Afeganistão.