Paquistão: Porta-voz do Taleban nega negociação de paz

Um porta-voz do Taleban paquistanês negou neste domingo um anúncio feito anteriormente pelo vice-líder do grupo de que a organização estaria em negociações de paz com o governo.

As afirmações conflitantes são um sinal claro das divisões no interior do movimento, o que pode tornar mais difícil para Islamabad acertar um acordo para encerrar a violenta insurgência que atinge o país.

Também neste domingo o governo paquistanês informou que os Estados Unidos deixaram uma base aérea que era usada por aviões teleguiados norte-americanos. Islamabad havia ordenado a saída dos militares por causa dos ataques aéreos norte-americanos que mataram acidentalmente 24 soldados paquistaneses no mês passado.

Maulvi Faqir Mohammed, que é reconhecido tanto pelos militantes quanto pelo governo do Paquistão como vice-líder do Taleban paquistanês, disse no sábado que o grupo estava em negociação com o governo. Mohammed, o primeiro comandante identificado a confirmar as conversações, disse que um acordo para encerrar os quatro anos de insurgência no país estava próximo.

Mas o porta-voz Ehsanullah Ehsan negou hoje as declarações de Mohammed, afirmando que não haverá negociações até que o governo imponha a lei islâmica, ou sharia, ao país. O grupo quer a instalação de um regime islamita de linha-dura no Paquistão.

Em várias ocasiões nos últimos seis meses Ehsan negou relatos sobre conversações de paz realizadas por comandantes militantes não identificados e funcionários de inteligência.

“Conversas feitas por um grupo de pessoas com o governo não podem ser consideradas como negociações com o Taleban”, disse Ehsan à Associated Press por telefone, de uma localidade não identificada.

O grupo, que é aliado próximo da Al-Qaeda, esteve por trás da maior parte dos episódios de violência no Paquistão nos últimos quatro anos e meio. Pelo menos 35 mil pessoas foram mortas em atentados, ataques e ofensivas de insurgentes. As informações são da Associated Press.

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