Na Espanha, manifestantes prometem continuar nas ruas

Portugal e Irlanda já viram seus governos caírem por conta da crise econômica que atinge a Europa. Durante o governo de José Luiz Rodriguez Zapatero, a Espanha se transformou na maior vítima dela entre os países ricos. O país já tem cinco milhões de desempregados e um a cada dois jovens não tem trabalho. Durante a campanha, a imagem do líder era tão impopular que candidatos municipais do Partido Socialista (PSOE) pediram que ele sequer subisse nos palanques.

Os manifestantes que tomaram ruas e praças em centenas de cidades espanholas ignoram os resultados das eleições e anunciam que continuarão por pelo menos mais uma semana a protestar. Mesmo com o fim das eleições, eles afirmaram ontem que as concentrações inspiradas na primavera árabe precisam ir adiante. Na praça Puerta del Sol, em Madri, os organizadores afirmaram que as manifestações continuarão até que o governo reveja as políticas de austeridade econômica e puna a corrupção nos órgãos públicos.

As medidas impopulares adotadas para tentar reverter o impacto da crise foram acompanhadas por um discurso apocalíptico do governo. Zapatero chegou a dizer que, sem os cortes no orçamento que ele promoveu, a Espanha teria quebrado e seria obrigada a pedir o socorro do FMI. Por causa do desgaste, o premiê anunciou que não concorrerá nas próximas eleições.

Mesmo assim, os protestos continuam. Há uma semana acampados espontaneamente em praças de dezenas de cidades do país, os manifestantes consideram os protestos uma resposta à pior crise econômica no país em sua fase democrática. Os organizadores pretendem transformar o protesto em uma nova força social na Espanha, ainda que digam que não formarão um novo partido político. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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