Multidão protesta na cidade egípcia de Alexandria

Dezenas de milhares de pessoas estão reunidas hoje na cidade egípcia de Alexandria, marcando o que os ativistas chamam de “Dia da Partida” do presidente Hosni Mubarak. Uma fotógrafo da agência France Presse disse que a multidão se reuniu na região da mesquita Qaed Ibrahim, no centro de Alexandria, a segunda maior cidade do país, localizada na costa do Mediterrâneo. Os manifestantes, a maioria integrante do movimento de oposição Irmandade Muçulmana, gritavam “Abaixo Mubarak. Abaixo o regime!”.

Outros grupos de oposição também participam da manifestação, dentre eles integrantes dos movimentos Kefaya (Basta) and 6 de Abril, além de partidários do prêmio Nobel da Paz e líder dissidente Mohamed ElBaradei. O porta-voz da Irmandade Muçulmana, Sobhi Saleh, disse os grupos devem se juntar antes de marcharem até a praça Sidi Gaber.

Manifestantes contrários ao governo de Hosni Mubarak, que há 11 dias protestam contra o regime e querem a renúncia do mandatário, convocaram grandes manifestações em todo o país para hoje. Uma autoridade de segurança disse que dezenas de milhares de manifestantes estão nas ruas de todo o Egito e que a praça Tahrir, centro do Cairo, está lotada.

Mubarak abriu algumas concessões aos manifestantes, que querem o fim de seu governo de 30 anos, dentre elas a promessa de que não vai tentar se reeleger em setembro. Mas ele não deu mostras de que pretenda sair de cena imediatamente, principal exigência da oposição.

Custos

A crise política no Egito tem um custo para o país de pelo menos US$ 310 milhões por dia, segundo um relatório do banco francês Crédit Agricole. No informe, publicano hoje, o banco de investimento diz também ter reduzido a expectativa de crescimento econômico no Egito de 5,3% para 3,7% em 2011. O Egito já enfrenta o 11.º dia de protestos de rua.

Os bancos e a bolsa de valores ficaram fechados nesta semana e a maior parte das fábricas suspendeu suas atividades. Dezenas de milhares de turistas abandonaram o país devido à violência, o que representa um grande golpe para o setor, uma das principais fonte de divisas para o país. A violência também provocou uma enorme alta dos preços em algumas áreas do Cairo, o que prejudica a vida dos habitantes da capital.