Ministro é ferido em emboscada no Paquistão

Supostos militantes abriram fogo hoje contra um veículo que levava o ministro paquistanês de Assuntos Religiosos, Hamid Saeed Kazmi. A autoridade e um guarda-costas ficaram feridos, mas o motorista morreu no ataque, ocorrido no coração da capital Islamabad. Kazmi é um crítico dos militantes, culpando-os pela violência no país. Outros ministros disseram que extremistas são suspeitos no atentado, ocorrido no momento em que a polícia da capital está em alerta máximo, temendo retaliações, após a morte do líder do Taleban no Paquistão, Baitullah Mehsud – morto no dia 5 de agosto por um míssil lançado pelos Estados Unidos.

O ministro da Informação, Sumsam Bukhari, atribuiu o ataque a extremistas. Segundo ele, a motivação da violência foi “o fato de (Kazmi) estar espalhando a mensagem da paz e abertamente condenar os terroristas”. “Nós não estamos assustados, não temos medo desses atos covardes”, afirmou o ministro da Saúde, Ejaz Jhakrani. “Todos estão sob ameaça, porque o governo está comprometido e firme na guerra contra o terror.”

Kazmi levou um tiro na perna e estava em condição estável, informou o médico Masood Pashad. Segundo a mídia local, ele não corria risco de morte. O motorista foi morto e um guarda-costas ficou ferido, disse o policial Tahir Alam. As autoridades informaram que dois homens armados dirigindo uma motocicleta estavam envolvidos no ataque. Eles dispararam segundos após o veículo de Kazmi deixar seu escritório, relataram testemunhas.

O ministro de Assuntos Religiosos faz parte da seita Barelvi, tradicionalmente mais moderada. Seus seguidores geralmente rezam diante das tumbas de santos, o que para os extremistas sunitas, entre eles os membros do Taleban, é um pecado. Entre as tarefas de Kazmi está regulamentar as milhares de escolas religiosas do país, algumas das quais ligadas a extremistas.