Juan Carlos Lecompte, marido da ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, refém desde 2002 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), defendeu nesta quinta-feira o presidente venezuelano Hugo Chávez como "a pessoa certa" para a mediação com o grupo guerrilheiro, assim como desejou que mais governos se juntem para resolver o problema, entre eles o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Lecompte afirmou, em uma entrevista à ANSA de Buenos Aires, que "em menos de um mês teríamos conseguido a libertação dos reféns" do grupo guerrilheiro se o presidente colombiano Álvaro Uribe não tivesse suspendido "de modo brutal e desumano" a mediação de seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que considera a "pessoa certa" para esta gestão.
Com total gratidão ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, por seu compromisso desde a campanha eleitoral pela libertação de Betancourt, que tem nacionalidade francesa, Lecompte também defendeu a mediação do presidente Lula.
"Escutei que o presidente Lula irá participar, espero que se juntem mais governos que façam Uribe repensar que Chávez pode resolver o problema", afirmou.
Esta é a expectativa de Lecompte sobre a reunião que Uribe manterá com o primeiro-ministro francês, François Fillon, na próxima segunda-feira em Buenos Aires, em vista da posse da presidente eleita argentina, Cristina Fernández de Kirchner.
A posse de Cristina certamente servirá para abordar o tema, já que Fillon receberá também o presidente brasileiro, que anunciou nesta quarta-feira sua predisposição a colaborar na mediação com as Farc.