O líder do Taleban no Paquistão, Hakimullah Mehsud, apareceu hoje em um vídeo ameaçando realizar ataques contra os Estados Unidos em três meses. Oficiais paquistaneses e norte-americanos acreditavam que ele tivesse morrido num ataque de mísseis dos Estados Unidos. “Deus seja louvado. No dia 4 de abril de 2010, eu dou a boa notícia ao mundo islâmico de que estou vivo e com saúde”, disse Mehsud em um vídeo colocado num site militante e divulgado hoje pela televisão paquistanesa.
Ele aparece sentado entre dois homens mascarados e armados, falando em pashtun, com legendas em inglês. Ele disse que os combatentes do Taleban “penetraram a América terrorista” e realizarão “dolorosos ataques à fanática América”. Ele também advertiu os aliados de Washington da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que “vocês vão enfrentar humilhação ainda pior, destruição e derrota do que a própria América” se continuarem a apoiar os esforços de guerra liderados pelos Estados Unidos.
Um segundo vídeo, mais curto, incluiu uma fotografia de Mehsud perto de um mapa dos Estados Unidos mostrando explosões em três cidades não identificadas de costa a costa, segundo o IntelCenter, empresa sediada nos Estados Unidos e que monitora assuntos relacionados a terrorismo. Uma voz que parece com a de Mehsud diz, na principal língua paquistanesa, o urdu, que os principais alvos do grupo seriam cidades norte-americanas e que “boas notícias serão ouvidas em alguns dias ou semanas”.
Retorno
Funcionários norte-americanos e paquistaneses estavam seguros que Mehsud, de 30 anos, fora morto num ataque com mísseis em janeiro. O ressurgimento de Mehsud ocorreu no mesmo dia em que um suicida atacou o portão da uma base da CIA onde sete funcionários da agência foram mortos em dezembro. O Taleban paquistanês assumiu a responsabilidade pela ação, que tenta demonstrar que o grupo está de volta após meses de retrocessos por causa dos ataques de mísseis norte-americanos e da ofensiva militar paquistanesa.
O Taleban paquistanês também assumiu a responsabilidade pela tentativa, no final de semana, de explodir um carro na Times Square, na cidade de Nova York, uma afirmação que autoridades da cidade colocam em questão.