Israel aprova novas construções em Jerusalém Oriental

Israel aprovou a construção de quatro prédios de apartamentos na disputada Jerusalém Oriental, afirmaram hoje funcionários, alimentando as tensões com os palestinos ao mesmo tempo em que os Estados Unidos trabalham para a retomada das negociações de paz. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental para sua futura capital e exigem que todas as construções sejam interrompidas antes que as negociações sejam retomadas.

O novo projeto, com 24 unidades habitacionais, é tocado por Irving Moskowitz, um judeu norte-americano que tem sido generoso em financiar assentamentos judaicos determinados a fortalecer a presença de Israel em áreas contestadas da cidade santa.

Jerusalém é a questão mais explosiva entre Israel e os palestinos e os novos prédios se localizarão em um dos locais mais voláteis da cidade, logo fora da muralha da Cidade Velha, com seus santuários cristãos, islâmicos e judaicos. Stephan Miller, porta-voz do prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, confirmou que o comitê de planejamento da cidade aprovou o projeto ontem, abrindo caminho para o início das construções.

O negociador palestino Saeb Erekat condenou a autorização da construção “nos mais fortes termos possíveis”. Ele disse que, se Israel quiser retomar o processo de paz, “eles precisam anunciar um cessar total nas atividades de construções nos assentamentos” em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. Em 2003, sob um plano de paz apoiado pela comunidade internacional, Israel concordou com um congelamento total das construções nos assentamentos.

Congelamento

No fim de novembro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou um congelamento por dez meses nas construções na Cisjordânia, mas afirmou que as construções prosseguiriam sem nenhuma interrupção em Jerusalém Oriental. Um funcionário do escritório de Netanyahu disse que a decisão de autorizar o novo projeto foi tomada por autoridades municipais e que o primeiro-ministro não tem envolvimento nisso.

Israel capturou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Israel não considera suas construções em Jerusalém Oriental como assentamentos porque anexou imediatamente a parte árabe da cidade após a captura. Em novembro, Israel anunciou a construção de centenas de apartamentos em Gilo, um bairro em expansão em Jerusalém Oriental.

A comunidade internacional – assim como os palestinos – não reconhece a anexação e vê as construções judaicas em Jerusalém Oriental como assentamentos. Atualmente, 180 mil judeus vivem em Jerusalém Oriental ao lado de 250 mil palestinos.