Islâmicos e forças paquistanesas acertam cessar-fogo

Militantes pró-Taleban e forças de segurança paquistanesas concordaram com um cessar-fogo em um turbulento distrito do noroeste do país. Os confrontos na região, iniciados na semana passada, já deixaram 35 rebeldes e 16 militares mortos. O cessar-fogo permitiu que os dois lados recolhessem e enterrassem seus mortos.

A dimensão do banho de sangue em Swat – um sinal do crescente conflito entre forças islâmicas e o governo do general Pervez Musharraf – emergiu assim que o cessar-fogo entrou em vigor hoje depois de negociações entre assessores do clérigo radical Maulana Fazlullah e altos oficiais.

Um vale antes considerado atração turística por suas idílicas paisagens, Swat foi tomado pela violência desde que o governo enviou para a região cerca de 2.500 paramilitares a fim de reprimir Fazlullah, que lançou uma campanha para impor uma estrita interpretação da lei islâmica.

Um oficial disse hoje que 16 paramilitares foram mortos na sexta-feira num ataque a bomba de militantes contra o caminhão em que viajavam na área de Nawakili. No domingo, helicópteros de guerra do Exército bombardearam intensamente esconderijos dos militantes nas montanhas do distrito, matando pelo menos 35 deles, segundo outro oficial.

Sirajuddin, um porta-voz de Fazlullah, afirmou que os militantes mataram 30 militares perto da vila de Charbagh e que só entregarão os corpos depois que o Exército libertar um certo número de prisioneiros. Ele disse que o cessar-fogo está funcionando. "Mas, se as forças de segurança nos atacarem, nosso pessoal responderá", alertou.

Fazlullah é o líder do Tehrik Nifaz-e-Sharia Mohammed, ou TNSM, um grupo pró-Taleban que enviou milhares de voluntários ao Afeganistão durante a invasão americana de 2001.

O Paquistão proscreveu o grupo e encarcerou seu líder, Sufi Muhammad, que é sogro de Fazlullah, em 2002.

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