Iraquianos são impedidos de participar da Jornada Mundial da Juventude

A delegação de jovens católicos iraquianos, representantes de uma comunidade religiosa perseguida no Iraque, foi impossibilitada de participar da XXIII Jornada Mundial da Juventude, pois tiveram seus vistos negados pela embaixada australiana em Bagdá.

Um grupo de 170 pessoas desejava viajar para a Austrália, mas a embaixada concedeu somente 25 vistos, destinados a jovens padres e freiras. Estes também não puderam partir, pois foram impedidos por questões burocráticas quando já se encontravam à espera de um vôo no aeroporto de Bagdá.

A jovem de origem iraquiana Salima Hasham, que está trabalhando na Jornada Mundial da Juventude, declarou a uma agência católica norte-americana que existem "forças internas no Iraque que pressionam para que os jovens católicos não saiam do país".

O temor das autoridades australianas de acolher pessoas que poderiam pedir depois asilo político também contribuiu para dificultar a viagem dos iraquianos.

Segundo a Rádio Vaticana informou nesta sexta-feira (18), milhares de jovens iraquianos decidiram organizar por conta própria uma jornada da juventude, em que se reuniram em regiões no norte do país para participar da catequese de seus bispos e compartilhar experiências de fé.

Além disso, graças a uma conexão via satélite, podem acompanhar as ações do papa Bento XVI em Sydney. "Vieram 5 mil jovens. Seguimos o mesmo programa de Sydney, traduzido para o árabe", disse o arcebispo de Kirkuk, monsenhor Louis Sarko.

"Para mim e para eles é um novo Pentecostes. Há alegria, esperança… Para nós é uma motivação para construir um futuro mais seguro e uma renovada presença cristã", acrescentou o arcebispo.

"O compromisso com a fé desses jovens e a transmissão da fé é uma garantia para o futuro do cristianismo nesse país, que vive em meio a tantas dificuldades. Essa jornada é um testemunho. Através desses jovens cristãos, os outros 97% de iraquianos muçulmanos podem ver Cristo", disse Sarko.

Para o arcebispo, o encontro iraquiano constituiu "um evento histórico, talvez mais importante que a jornada em Sydney, onde é mais fácil andar e se encontrar".

"Eu estou pensando em organizar uma reunião entre cristãos e muçulmanos no início do Ramadã, para rezarem juntos em Kirkuk pela paz e reconciliação", declarou Sarko.

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