O governo da Síria enviou mais tanques militares e homens do Exército para Deraa hoje, dia seguinte ao grande protesto ocorrido no país e que deixou pelo menos 66 pessoas mortas. A nova ofensiva ignora a condenação da Organização das Nações Unidas (ONU) aos atos de violência do governo e o congelamento pelos Estados Unidos dos bens de membros da família do presidente Bashar al-Assad.
Mais de 100 tanques de guerra adicionais e 1 mil soldados marcharam para Deraa, disse um residente por telefone. Segundo ele, seis pessoas morreram após franco-atiradores abrirem fogo na cidade. Tanques bombardearam residências no entorno da mesquita al-Omari, um local de encontro central dos manifestantes nas semanas recentes.
A água e a luz dos residentes de Deraa foram cortados, assim como os serviços telefônicos, desde a segunda-feira, quando os militares entraram na cidade pela primeira vez. Os residentes dizem que não conseguem sair em busca de alimentos ou remédios ou para enterrar os mortos, já que o fogo cruzado continua sobre a cidade.
Deraa, uma cidade do sul com 120 mil habitantes e próxima da fronteira com a Jordânia, é o berço de uma revolta que dura seis semanas e que começou com pedidos de mais liberdade e o fim da corrupção. O movimento se transformou em um luta para derrubar Assad, o que gerou uma violenta repressão pelas autoridades.
Ontem, no chamado “dia de fúria”, os protestos se espalharam pelas maiores cidades do país, como Damasco e Latakia, reunindo milhares de pessoas, de acordo com testemunhas. As forças de segurança não hesitaram e abriram fogo contra multidões. As informações são da Dow Jones.