Governo boliviano denuncia “intriga” da oposição

O governo boliviano denunciou nesta segunda-feira (28) uma “intriga da oposição” para impedir o referendo revocatório de 10 de agosto e convocou os cidadãos a defender seu direito de decidir o futuro político do país.

O vice-presidente, Álvaro García Linera, fez a denúncia depois que o tribunal eleitoral de Chuquisaca sugeriu ao tribunal eleitoral federal que aceite um decreto do tribunal constitucional e deixe suspenso o referendo.

O tribunal do departamento de Tarija, por outro lado, se reunirá na segunda-feira para aprovar uma resolução similar. A oposição inicialmente se opôs ao projeto do referendo revocatório, depois acelerou sua aprovação no Congresso e quando Morales se pronunciou a favor da medida, iniciou a se opor novamente.

“Existe uma intriga que está sendo construída contra o Congresso, que aprovou a lei para a realização do referendo revocatório de 10 de agosto, e particularmente contra a democracia”, afirmou hoje García Limeira.

O vice-presidente atribuiu a “intriga” à “forças políticas opositoras à democracia”, que buscam impedir o referendo através do qual os bolivianos decidirão se revogar ou ratificar o mandato do presidente, do vice-presidente e dos governadores.

“Convoco os cidadãos, os homens e mulheres respeitosos da lei, da participação cidadã e defensores da democracia, a defender seu direito de votar, de participar e definir com seu voto o destino político do país”, acrescentou o vice-presidente.

García Linera fez a denuncia após uma juíza afirmar que, enquanto o Tribunal Constitucional não se pronunciar sobre duas acusações de inconstitucionalidade, o referendo deve permanecer suspenso. Porém, segundo o Tribunal Nacional Eleitoral, o decreto da magistrada Silvia Salame não ordena explicitamente que o referendo seja suspenso, motivo pelo qual prosseguiu com o processo.