Governo argentino tenta afastar ‘chavismo’ de Cristina

O governo da presidente Cristina Kirchner negou ontem que esteja planejando a “chavização” da economia argentina. “É um disparate que digam que o chavismo vem aí”, afirmou o ministro argentino do Interior, Florencio Randazzo. “Não estatizaremos empresas.” A manobra foi interpretada no âmbito político como uma tentativa apressada de diferenciar Cristina do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que na quinta-feira estatizou três empresas argentinas instaladas no país.

Nos últimos dias surgiram rumores de que Cristina planejava um programa local de nacionalizações. No ano passado, a presidente estatizou o sistema de aposentadorias e a companhia aérea Aerolíneas Argentinas. “O governo argentino tem posição diferente da Venezuela. Acreditamos em um capitalismo nacional e na necessidade de intervenção do Estado em áreas específicas, mas não vamos sair estatizando empresas”, disse Randazzo, sem criticar Chávez de forma direta pela nacionalização das empresas Tavsa, Matesi e Comsigua.

Ano passado, o presidente venezuelano já havia estatizado a siderúrgica Sidor, também controlada por um grupo argentino. O anúncio da estatização de empresas argentinas causa problemas para Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, que estão em campanha para as eleições parlamentares do dia 28 de junho. Além disso, atrapalha as celebrações do casal, que hoje completa seis anos no poder.