G-20 está disposto a flexibilizar Rodada Doha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil e o G-20 – grupo de economias em desenvolvimento que atua em conjunto na negociação agrícola – estão dispostos a flexibilizar suas ofertas de abertura do mercado industrial nas discussões da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) sob duas condições: se a União Européia abrir seu mercado para produtos agrícolas e os Estados Unidos reduzirem os subsídios a seus agricultores. Mas esse sacrifício dos países pobres e em desenvolvimento, destacou Lula, deverá corresponder ao tamanho de cada economia.

Diante do esgotamento do prazo para a conclusão da rodada no dia 30 deste mês, a necessidade de um acordo favorável ao mundo em desenvolvimento tornou-se uma das reivindicações das cinco economias emergentes – África do Sul, Brasil, China, Índia e México – ao G-8, o grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia. Essa posição será apresentada em almoço das duas frentes, hoje, no balneário alemão de Heiligendamm e será registrada em um documento que terá a assinatura também da Alemanha, coordenadora do G-8 (os sete países mais ricos e a Rússia) até esta sexta-feira.

?Nós do Brasil e nós do G-20 estamos dispostos a fazer a flexibilização que for necessária nos produtos industriais. Mas todo mundo tem de saber que o sacrifício tem de ser proporcional à riqueza dos países e ao tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) desses países?, afirmou Lula. ?Não peçam para os países pobres fazerem o mesmo sacrifício dos países ricos porque só o fato de ser pobre já é um sacrifício maior do que o dos países ricos?, completou. O presidente afirmou que é ?descabida? a idéia de que os países com muito dinheiro possam conceder pesadas somas em subsídios a seus agricultores, ?em detrimento da competitividade dos países pobres e em desenvolvimento?.

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