França assume presidência temporária da União Européia

A França iniciou nesta terça-feira (1º) seu período de seis meses na presidência de turno da União Européia (UE) com as tradicionais reuniões de seus líderes com membros da Comissão Européia (CE) para tratar as prioridades da gestão. Entre elas, o presidente Nicolas Sarkozy enfrentará as complicações durante o processo da ratificação do Tratado de Lisboa e o debate sobre a imigração no bloco.

Sarkozy quer que a presidência francesa imponha mudanças substanciais ao modelo de funcionamento da Europa, priorizando a proteção de seus cidadãos e "mudança profunda" na maneira com a qual a Europa está sendo construída.

"Temos de chegar a um acordo de uma política que proteja a todos. Esse é o sentido do pacto europeu para a imigração", disse Sarkozy. "Se aceitarmos todo mundo, explodiremos o pacto social europeu." No entanto, o presidente admitiu que um pacto comum de imigração que agrade a todos os integrantes do bloco não é fácil.

Uma das prioridades da presidência de Sarkozy na UE é tentar resolver a crise provocada pela rejeição do Tratado de Lisboa por 53,4% dos irlandeses no dia 13. O tratado substituiu a proposta de Constituição européia, rejeitada em referendo por França e Holanda, em 2005. Ao "não" irlandês ao tratado, que complica o trabalho da Presidência da UE, se soma agora a ameaça do chefe de Estado polonês, Lech Kaczynski, de não ratificá-lo.

Além da questão imigratória e do Tratado de Lisboa, a França fixou outras prioridades para sua gestão: um acordo sobre a aplicação do pacote energia-clima – que entre outros pontos prevê para 2020 a redução em 20% das emissões européias de CO2 – a revisão da política agrícola comum e o relançamento da Europa da defesa.

Em entrevista ontem à noite, Sarkozy defendeu suas propostas nesses âmbitos, exceto na defesa européia – sobre a qual não falou nada -, talvez para não complicar mais a busca por uma solução ao "não" irlandês ao tratado, tendo em vista a neutralidade da Irlanda.

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