Exército posiciona tropas para evitar conflitos no Líbano

O Exército libanês posicionou nesta terça-feira (13) tropas em diversas áreas tensas do país, incluindo Trípoli, cidade na qual houve graves confrontos na segunda (12), que deixaram pelo menos sete feridos. O deslocamento ocorre depois de quase uma semana de combates entre simpatizantes do governo e a oposição, liderada pelo grupo militante Hezbollah. O Exército tem um papel central na redução da violência iniciada na quarta-feira, ao pedir para os dois lados até então em confronto que deixem as ruas.

Mas as tropas permaneceram neutras no conflito e não intervieram quando xiitas armados do Hezbollah tomaram boa parte da zona oeste de Beirute e os escritórios do líder da maioria parlamentar sunita, Saad Hariri.

O comunicado do Exército sinaliza que este pode ampliar seu envolvimento para encerrar a pior crise no país desde o fim da guerra civil (1975-90). Desde a quarta-feira da semana passada (07), 54 pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas em episódios de violência relacionados à crise.

"Unidades do Exército irão evitar qualquer violação, seja de indivíduos ou de grupos, de acordo com a lei, mesmo se isso levar ao uso da força", afirma o texto, divulgado nesta segunda à noite. Uma razão para que o Exército tenha em grande medida se mantido longe do conflito é o temor de que suas forças possam se dividir em torno das linhas sectárias, como ocorreu na guerra civil encerrada há quase duas décadas.

O comunicado do Exército informa que os soldados irão evitar que grupos armados fiquem nas ruas do país. Houve o pedido para que todos os envolvidos cooperassem, e foi divulgada a informação de que a ordem entraria em vigor a partir desta terça.

Bush

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, expressou nesta segunda-feira (12) apoio ao Exército libanês durante uma entrevista à rede de televisão Al-Arabiya. Segundo Bush, os EUA continuarão a fornecer equipamentos e a treinar as forças do país.

Nesta terça-feira (13), vários membros do Hezbollah e seus aliados eram vistos em diferentes áreas de Beirute. Nenhum deles levava armas. As ruas na capital libanesa estavam cheias, com vários estabelecimentos comerciais abertos, mas escolas e universidades permaneciam de portas fechadas. Muitas vias estavam bloqueadas por oposicionistas, inclusive a que leva ao único aeroporto internacional do país.

A crise começou depois que o chefe da segurança do aeroporto de Beirute foi afastado por supostos vínculos com o Hezbollah e o governo libanês declarou a rede de comunicações privativa do grupo uma ameaça ao Estado.

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