Os advogados de oito ex-prisioneiros do centro de detenção norte-americano de Guantánamo processarão o governo britânico e os serviços de Inteligência por cumplicidade nos abusos cometidos por espiões norte-americanos e paquistaneses contra pessoas acusadas de terrorismo.
Os casos serão os primeiros no mundo que examinarão as violações de direitos humanos cometidas pelos serviços secretos na chamada "guerra contra o terrorismo", realizada por Washington e Londres.
Casos semelhantes nos Estados Unidos foram indeferidos sob o recurso legal de ameaça à segurança nacional.
Os advogados de oito ex-prisioneiros de Guantánamo demandarão o governo britânico por cumplicidade no seqüestro, maltrato, interrogatório e torturas dos presos.
Cinco dos que acusam o governo são britânicos e três são estrangeiros com residência na Grã-Bretanha.
Além disso, Salahuddin Amin, um cidadão britânico que apela da sentença por supostos vínculos com planos da Al-Qaeda, prepara um processo civil contra Londres por suposta cumplicidade com os serviços de Inteligência paquistaneses ISI, informou seu advogado Tayab Ali.
"A demanda civil será contra o governo britânico, por ter sido responsável por maus-tratos. Temos uma lista de indivíduos que planejamos demandar", confirmou.
Grã-Bretanha e Estados Unidos negam acusações por parte de organismos de direitos humanos, que asseguram que ambos países são "cúmplices de tortura" com serviços secretos de nações como o Paquistão.