EUA cortam doações à Unesco após adesão palestina

O governo dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira que vai interromper suas contribuições financeiras à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) de admitirem a Palestina como um membro pleno da organização.

A Casa Branca reconheceu que vai perder seu direito ao voto na Unesco se não fizer os pagamentos nos próximos dois anos e disse que o governo de Barack Obama terá de consultar o Congresso sobre o impacto da medida nos interesses norte-americanos.

“Nós teríamos de fazer um pagamento de US$ 60 milhões para a Unesco em novembro e não faremos este pagamento”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, aos jornalistas. Segundo ela, a admissão palestina “dispara restrições legislativas de longa data, que vão obrigar os Estados Unidos a se absterem de fazer contribuições à Unesco”.

Nos anos 1990, os Estados Unidos e Israel proibiram o financiamento de qualquer organização ligada à ONU que aceite os palestinos como membros plenos. Os Estados Unidos são responsáveis por cerca de 22% do orçamento anual da Unesco.

O pagamento de novembro é uma parcela da contribuição dos Estados Unidos à organização, que segundo autoridades norte-americanas soma US$ 80 milhões por ano.

Apesar do impacto sobre as contas da Unesco, esta não será a primeira vez que o governo norte-americano deixa de fazer suas contribuições. No governo do presidente Ronald Reagan os Estados Unidos saíram da Unesco, só retornando duas décadas mais tarde, com o presidente George W. Bush.

Nuland repetiu declarações anteriores da Casa Branca de que a admissão da Palestina na Unesco como membro pleno foi “prematura” e prejudicial aos esforços de paz internacionais e às expectativas de conversações diretas para um Estado palestino.

A decisão”é lamentável, prematura e prejudica o objetivo comum da comunidade internacional sobre uma paz ampla, justa e duradoura no Oriente Médio”, afirmou Nuland.

Nuland disse que os Estados Unidos estão cientes de que seus próprios interesses podem ser prejudicados pela retenção de financiamento à Unesco. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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