Funcionários de contraterrorismo dos Estados Unidos se espalharam por dois continentes para tentar esclarecer a ação do paquistanês naturalizado americano Faisal Shahzad, acusado de tentar detonar uma bomba no centro de Nova York no fim de semana. Até hoje, porém, não conseguiram ligar o suspeito a qualquer grupo terrorista ou campo de treinamento. Shahzad cooperou com as autoridades pelo terceiro dia consecutivo, mas investigadores ainda não têm certeza se estão lidando com uma tentativa de atentado cometida por um único homem, ou por uma grande conspiração internacional.
Agentes que falaram em condição de anonimato contaram hoje que ainda não verificaram as informações fornecidas por Shahzad de que ele foi treinado no Paquistão para o ataque. A região do Waziristão, onde ele disse que recebeu o treinamento, abriga várias organizações de militantes e terroristas. A bomba instalada na Times Square não tinha indícios dos treinamento com explosivos que grupos terroristas do Waziristão normalmente fornecem antes de uma operação, disseram funcionários. Se Shahzad foi treinado, disseram eles, foi um treinamento rápido ou mal feito.
O Taleban paquistanês chegou a reivindicar a autoria do atentado, mas as autoridades seguem investigando. Azam Tariq, porta-voz do grupo, disse nesta quarta-feira à CNN que o Taleban paquistanês não treinou Shahzad. O Exército do Paquistão não acredita que a milícia insurgente esteja implicada no ataque, disse um porta-voz nesta quarta-feira.
Se Shahzad faz parte de uma organização maior, sua ação serve para relembrar que, quase uma década após os ataques de 11 de setembro de 2001, terroristas estrangeiros ainda tentam agir em solo norte-americano. No Natal de 2009, outra tentativa frustrada de atentado quase derrubou uma avião que pousaria em Detroit. Já se o paquistanês operou sozinho, a ação levanta questões sobre como prevenir atentados quando há poucos sinais de advertência e quando o principal suspeito não tem ligações evidentes com redes terroristas.