Entidades britânicas querem julgar Tony Blair por crimes de guerra

Organizações de direitos humanos e grupos pacifistas britânicos anunciaram que encaminharão à Corte Internacional de Haia um pedido para que o primeiro-ministro Tony Blair, o chanceler Jack Straw e o ministro da Defesa Geoff Hoon sejam julgados por crimes de guerra.

As organizações Campaign for Nuclear Disarment (CND), Stop the War Coalition, Greenpeace e Oxfam, entre outras entidades, farão uma conferência com advogados e especialistas em leis internacionais para discutir como levar a cúpula do governo britânico perante o tribunal. A iniciativa já recebeu o apoio da Anistia Internacional.

A diretora da CND, Carol Naughton, declarou à ANSA que Blair, Straw e Hoon cometeram “flagrantes crimes de guerra”, devendo ser julgados pela Corte Internacional de Haia como responsáveis por um “massacre desumano”.

“O primeiro passo consistiu em reunir provas, com a colaboração de cem especialistas e advogados da Rússia, Austrália, Estados Unidos, Reino Unido, Itália e França, entre outros países, sobre os crimes de guerra cometidos pelas forças da coalizão no Iraque”, afirmou Naughton.

As evidências coletadas serão discutidas na conferência, marcada para 25 de maio. “Em seguida, os juristas internacionais entregarão a petição final à promotoria geral da Corte, que deverá tomar uma decisão vital e processar as autoridades britânicas”, acrescentou.

“Blair, Straw e Hoon são responsáveis diretos pela chacina de milhares de iraquianos inocentes e deverão ser julgados em base à lei internacional de direitos humanos”, acusou a diretora. “A conferência será o início das ações para submeter à Justiça os ministros britânicos responsáveis pela guerra”.

Naughton ressaltou que o uso de bombas de fragmentação e de armas com urânio “é uma flagrante violação dos direitos humanos”, e os culpados devem ser levados a julgamento. “Esta guerra está perto do fim, mas isso não significa que não devamos agir para que líderes e políticos como Blair, Straw e Hoon sejam julgados. Opusemo-nos a esta guerra desde o primeiro momento, e continuaremos lutando contra ela”, afirmou.

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