Ditador anistia presos, mas confrontos continuam

O ditador sírio, Bashar Assad, autorizou hoje a anistia a presos envolvidos nos confrontos da oposição até ontem, em meio à continuidade dos confrontos violentos com a oposição e o aumento do número de refugiados.

Segundo a agência de notícias oficial Sana, o decreto prevê que todos os presos que não tenham cometido crimes violentos, como homicídio, lesão corporal grave e terrorismo, sejam anistiados.

Desse modo, a medida exclui os chamados “terroristas”, forma usada pelo regime para se referir aos rebeldes armados.

De acordo com o grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos, dezenas de milhares de civis foram presos desde o início da revolta, em março de 2011, assim como diversos soldados desertaram.

Este não é o primeiro indulto nos últimos 20 meses e acontece dois dias antes da data determinada pelo enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas), Lakhdar Brahimi, para o cessar-fogo entre as partes.

Caso seja cumprida, a trégua começará no início da chamada Festa do Sacrifício, uma das comemorações mais importantes do islamismo. A intenção de Brahimi é que o cessar-fogo prossiga após o feriado, que dura quatro dias.

Confrontos

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, continuam os confrontos nesta terça entre o regime e opositores. A entidade relata bombardeios em um bairro rebelde de Aleppo, no norte do país, enquanto forças aliadas a Assad fazem revistas na capital Damasco.

Durante a noite, um homem morreu em uma explosão de uma bomba em um subúrbio a sudeste da capital e um rebelde morreu em combates em Aleppo. Ainda foram registrados enfrentamentos com a polícia na cidade de Deir Ezzor.
Nesta terça, a ONU informou que 358 mil sírios saíram do país desde o início da revolta, há 19 meses, e estão em campos de refugiados em países vizinhos.

O maior número de refugiados computados pela instituição está na Jordânia (105 mil), seguidos por Turquia e Líbano, ambos com 101 mil cada. Ainda são encontrados 42 mil sírios em campos instalados no Iraque.

A previsão é que, até o fim do ano, a quantidade de sírios que saiu do país por causa dos confrontos entre oposição e regime chegue a 700 mil.

Desde o início dos enfrentamentos, em março de 2011, cerca de 30 mil pessoas morreram na Síria, segundo a ONU e outros 2,5 milhões se deslocaram dentro do país para áreas menos conflagradas.

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