Defesa de Cacciola define estratégia

Os eventuais erros do pedido de extradição do governo brasileiro pavimentarão o caminho para a defesa do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso desde sábado no Principado de Mônaco. O texto, em fase de produção pelo Ministério da Justiça, deverá ser encaminhado no início da próxima semana e é esperado pela defesa que antes disso não pedirá a soltura de seu cliente. A estratégia foi definida pelo recém-nomeado advogado Frank Michel depois de seu primeiro encontro com o ex-banqueiro, na quinta.

A reunião aconteceu às 14h30 na Maison d?Arrêt, uma casa de detenção para presos à espera de julgamento no distrito de Mônaco-Ville, a capital do principado. Durante mais de duas horas, Cacciola discorreu sobre o processo que levou à sua condenação a 13 anos por crimes de gestão fraudulenta, peculato e corrupção passiva em 2005. Mesmo experiente em casos de delitos e crimes financeiros e de extradições em Mônaco, Michel se mostrou impressionado com o caso. ?É um processo longo, interessante e complexo. Preciso ver o dossiê de extradição, mas entendi que se trata de um caso rumoroso no Brasil?, disse ao Estado.

O defensor evitou informar os argumentos que usará na defesa do ex-banqueiro, mas menosprezou a importância do artigo 5º da Lei 1.222 do principado. Segundo o texto, pedidos de extradição devem ser recusados se estiverem relacionados a crimes fiscais. Esse era o argumento central da defesa que vinha sendo preparada pelos demais defensores de Cacciola, a italiana Alessandra Mocchi e o brasileiro Carlos Ely Eluf.

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