Decano de catedral de Londres deixa cargo

O decano da Catedral de São Paulo, em Londres, tornou-se o segundo clérigo importante a deixar seu posto em meio à crescente controvérsia sobre protestos anticapitalistas em território pertencente à igreja. O reverendo Graeme Knowles disse que sua posição se tornou insustentável na medida em que aumentaram as críticas da mídia e da opinião pública sobre a igreja.

Sua renúncia ocorre após a saída de Giles Fraser, sacerdote sênior da catedral, na semana passada. Ele havia dado boas-vindas aos manifestantes anticapitalistas, que acampam do lado de fora de um dos pontos turísticos mais famosos da capital britânica. Fraser justificou sua ação afirmando que temia que medidas para retirar os manifestantes acabasse em violência.

O alto clero da igreja está dividido sobre como lidar com o grande número de barracas – inspirado no movimento Ocupe Wall Street de Nova York – que está instalado do lado de fora da conhecida catedral, perto do rio Tâmisa, no centro de Londres.

Knowles, de 60 anos, disse que as duas últimas semanas foram um “período de testes” e que sua decisão de deixar o cargo não foi tomada facilmente.

“Desde a chegada dos manifestantes ao acampamento, do lado de fora da catedral, todos fomos colocados sob grande tensão e enfrentamos o que parecem ser alguns problemas insuperáveis”, disse ele em comunicado. “Eu rezo e espero que sob uma nova liderança essas questões possam continuar a ser tratadas e que esta seja uma mudança e uma resolução pacífica”.

No domingo, clérigos e manifestantes conversaram com o objetivo de evitar confrontos violentos no acampamento. Tanto a igreja quando a autoridade local lançaram uma ação legal na expectativa de retirar as barracas instaladas numa praça do lado de fora da catedral.

Isso fez com que o capelão Fraser Dyer deixasse seu cargo na semana passada. Dyer disse que estava “envergonhado” com a decisão de tomar uma ação legal para tentar retirar os manifestantes.

A presença dos manifestantes fez com que a catedral ficasse fechada por uma semana por questões sanitárias e de saúde, em meio a preocupações de que as barracas estivessem impedindo o acesso de fiéis e visitantes.

A catedral foi reaberta na sexta-feira, depois que os manifestantes concordaram em rearranjar sua barracas. O tribunal superior vai decidir se dará às autoridades permissão para retirar os manifestantes à força, mas muitos acreditam que o processo legal será longo e complexo. As informações são da Associated Press.

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