Conservadores britânicos oferecem novo acordo a liberais

O porta-voz de Assuntos Estrangeiros do Partido Conservador britânico, William Hague, disse que seu partido ofereceria aos liberais democratas um referendo sobre a reforma eleitoral, em troca de apoio. O anúncio foi feito horas depois de o primeiro-ministro e líder trabalhista, Gordon Brown, ter afirmado que renunciaria para facilitar um acordo entre os trabalhistas e os liberais democratas. Neste final de tarde, o Reino Unido parecia correr o risco de caminhar em direção a uma crise constitucional, com os conservadores dizendo que seria “inaceitável” os trabalhistas formarem uma coalizão de governo com outro primeiro-ministro não eleito pela maioria parlamentar.

Hague disse ainda que uma coalizão liderada pelos trabalhistas, que precisaria incluir vários outros partidos nacionalistas menores, além dos próprios liberais democratas, não conseguiria dar ao Reino Unido um governo forte. “Nós vamos oferecer aos liberais democratas, em um governo de coalizão, a possibilidade de realizar um referendo sobre o voto alternativo. Então, as pessoas deste país poderão decidir qual é o melhor sistema eleitoral para o futuro”, disse Hague. Segundo ele, os liberais democratas agora enfrentam uma escolha “urgente”.

Ele afirmou que os liberais democratas precisam decidir “se irão formar com o Partido Trabalhista um governo que não seria estável ou seguro, porque precisaria confiar em partidos pequenos para obter a maioria parlamentar, que teria um segundo primeiro-ministro não eleito – algo que nós acreditamos que seria inaceitável para a grande maioria do povo deste país”. Hague também afirmou que tentar “impor uma reforma eleitoral sem nenhuma consulta ao povo britânico” seria “não democrático”.

As eleições gerais britânicas da quinta-feira terminaram com os conservadores obtendo 306 cadeiras, os trabalhistas 258 e os liberais democratas 57. Para obter a maioria parlamentar, um governo precisa de 326 cadeiras. As informações são da Dow Jones.