Como orientar seu filho sobre o perigo das drogas

Após os casos recentes noticiado por toda a imprensa do pai que matou o próprio filho viciado com um tiro no peito, ou do filho dependente químico que matou a mãe, muitos pais devem estar se perguntando o que fazer para orientar seus filhos sobre os perigos das drogas e do álcool.

De acordo com a equipe de terapeutas do Recanto Maria Tereza (clínica para dependentes químicos dos hospitais Camilianos de São Paulo), a melhor forma ainda é a prevenção por meio da orientação. Segundo o psicólogo Walter Correia Júnior, com sete ou oito anos a criança já está apta a ser orientada sobre a droga. Segundo sua orientação, o primeiro passo é saber dar limites aos filhos. “O limite não é castração. Não é impedir a criatividade, mas sim mostrar que o limite de um termina quando começa o do outro”, diz o terapeuta.

A psicóloga Regiane Fraga Santos, também do Recanto, afirma que muitos pais não sabem como lidar com seus filhos e se culpam muito, quando um filho se envolve com drogas. “Mas o certo não é ter culpa e, sim, responsabilidade na educação dos filhos”, afirma.

Para entender um pouco sobre esta responsabilidade, os terapeutas enumeraram alguns passos que podem ser seguidos pelos pais:

1. Dar o exemplo: Regiane afirma que este é o primeiro passo e um dos principais, já que a criança imita muitos os pais na sua vida adulta. “Se uma criança vê o pai bebendo ou fumando, com certeza irá para a vida adulta acreditando que o cigarro e o álcool não fazem mal à saúde”, diz Regiane completando que o exemplo fala mais que a própria palavra.

2. Diálogo. O segundo passo recomendado pelos especialistas é o diálogo entre pais e filhos. “O importante é desmistificar a droga”, afirma Correia Júnior. Segundo o terapeuta, muitos pais assustam os filhos dizendo que aquilo é um veneno e não traz prazer. “Muito pelo contrário, a droga traz prazer num primeiro momento. Mas a criança precisa saber que este prazer tem um preço alto e com conseqüências”, afirma

3. Mostrar abertamente as conseqüências do vício. Os pais devem mostrar aos filhos que a droga e o álcool traz quatro principais conseqüências sérias: física (para quem usa), social (para amigos e a família), mental (a pessoa fica totalmente desequilibrada) e espiritual (perde o sentido da vida).

4. Se informar sobre a vida dos filhos. “Muitos pais hoje em dia não sabem da vida de seus filhos. Em algumas seções de terapia muitas mães e pais não sabem responder sequer a cor preferida do filho”, afirma Regiane.

5. Conhecer grupos de ajuda. Caso os pais tenham dúvidas sobre a melhor abordagem, o ideal é se informar sobre o grupos de ajuda que existem como os Alcoólatras Anônimos (AA), Narcóticos Anônimos (NA) e outros grupos.

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